É oficial: Guterres aclamado novo secretário-geral da ONU

O embaixador russo enunciou as várias qualidades do candidato português

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aclamou formalmente o nome de António Guterres para o cargo de secretário-geral da ONU.

“O Conselho de Segurança considerou recomendar à Assembleia Geral que o sr. António Guterres fosse apontado para [o cargo de] secretário-geral”, afirmou o embaixador da Rússia na ONU, Vitaly Churkin, esta quinta-feira, em conferência de imprensa.

Recorde-se que quem nomeia oficialmente o sucessor ao cargo de Ban Ki-moon é a Assembleia Geral da ONU, que à partida irá aceitar a recomendação do Conselho.

Questionado pelos jornalistas sobre o que tinha a dizer às mulheres do mundo que estariam à espera da nomeação de uma mulher, Churkin considerou que “o mais importante é ter o melhor candidato possível”, realçando que se tratou de um “processo justo” e onde se encorajou a candidatura de mulheres para a corrida ao cargo – tanto que 50% das candidaturas eram de mulheres.

O russo afirmou que o português tinha “o apoio do Conselho de Segurança”. Explicou ainda que houve uma união em torno do nome de Guterres e que esperava que essa união se traduzisse na decisão da Assembleia Geral.

Em resposta a uma pergunta de uma jornalista, Churkin enunciou várias qualidades de Guterres e que terão feito a diferença na sua nomeação: ter um vasto currículo nas Nações Unidas, isto é, ter sido Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados durante 10 anos, o que implicou “viajar pelo mundo” e testemunhar cenários difíceis; ter uma elevada experiência política, nomeadamente ter sido primeiro-ministro de Portugal. O embaixador disse ainda que Guterres era uma pessoa que “diz o que pensa” e “extrovertida”.

Relativamente a Kristalina Georgieva, considerada a rival do candidato português, o russo disse que a escolha de entrar tão tarde na corrida tinha sido dela e do governo da Bulgária

Já ontem Churkin tinha dito que o ex-primeiro-ministro português era “o candidato favorito” ao cargo, mas que só hoje iriam avançar formalmente com o seu nome. “Desejamos boa sorte ao sr. Guterres no cumprimento dos seus deveres como secretário-geral das Nações Unidas nos próximos cinco anos”, afirmou o russo.

Momentos antes de entrar para a votação, esta quinta-feira, o embaixador francês, François Delattre, disse que o português “era o líder certo para unir as nações”

Atualizado às 16h01