“2017 será o ano de investimentos estruturais” nos transportes públicos. Foi essa a garantia dada pelo ministro do Ambiente, esta quarta-feira, na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas, na Assembleia da República.
Segundo o Jornal de Negócios, João Matos Fernandes afirmou que as obras no Metro de Lisboa "estarão inscritas no orçamento do próximo ano da empresa" e terão um valor de cerca de 22 milhões de euros.
Relativamente à sua manutenção, o governante explicou que o metro de Lisboa encontra-se atualmente “no pico maior” desta manutenção. Matos Fernandes adiantou que “o número de composições em manutenção está muito perto da necessidade mínima de operação que são 90 composições” – existe um total de 111 composições. Ainda assim, realçou, a manutenção das carruagens deverá estar concluída já no final do próximo mês.
O ministro referiu também que das 224 escadas rolantes que existem no Metro de Lisboa, oito têm problemas recorrentes e que apenas dois dos 100 elevadores é que não estão a funcionar.
Matos Fernandes afirmou ainda que, logo no início do ano, irão começar as obras na estação do Areeiro (Lisboa) e na nova estação do metro do Porto em Modivas. Ao longo do ano, será finalizado o plano de acessibilidade das estações do Colégio Militar e dos Olivais (Lisboa).
Em 2017 também começarão a ser preparados os concursos para a expansão das linhas de metro de ambas as cidades – o governo está a contar com fundos comunitários para proceder a esta expansão, informou ainda Matos Fernandes.
Quanto à falta de bilhetes, o ministro afirmou que foi "um azar" e defende que só agora se está a proceder a um “investimento atrasado há anos”, acrescentando que a aquisição de bilhetes está, desde 2011, dependente de uma única empresa que os fornece. Atualmente, acrescentou Matos Fernandes, estão a realizar-se testes para que mais duas empresas se tornem fornecedores alternativos.
No caso da Carris e da STCP está prevista uma renovação das frotas, com a aquisição de mais de 500 novos veículos, mas Matos Fernandos sublinhou que a "oferta aumentou quer em Lisboa, quer no Porto, com algum significado nos autocarros", lê-se no Expresso.
Matos Fernandes acusa anterior governo de "desinvestimento"
Segundo o Expresso, o ministro acusou ainda o anterior governo de “desinvestimento” nas empresas de transportes, o que acabou por ter efeitos no número de funcionários – só entre 2010 e 2016, as empresas na capital perderam mais de mil trabalhadores –, nas condições dos transportes e na falta de manutenção.
"O anterior Governo destruiu valor. A falta de investimento, que hoje tanto se faz notar na manutenção e na operação, levou a uma degradação dos ativos das empresas de Lisboa em cerca de 30% e das do Porto em cerca de 15%", disse o governante, citado pelo Jornal de Negócios.
Matos Fernandes sublinhou ainda que o governo PSD/CDS degradou de tal maneira as empresas de transportes que não é possível inverter esta situação “em pouco tempo”.
Contratação de novos trabalhadores
O ministro do Ambiente adiantou que o processo para a contratação de trabalhadores efetivos “já está em curso” em muitas empresas de transportes.
No total, serão contratadas 345 pessoas. A STCP já contratou 139 e deverá contratar mais 40 enquanto a Carris tem contrato 75 funcionários e aguarda autorização para contratar mais 41.
"O Metropolitano de Lisboa tem em curso a contratação de 30 agentes de tráfego, sendo indispensável a contratação de mais 10. A Transtejo e Soflusa têm em curso um procedimento com vista à contratação de 10 trabalhadores", afirmou Matos Fernandes, citado pelo Jornal de Negócios.