Cecília Meireles trouxe para o plenário os números que sustentam esta ideia do CDS.
Em 2016 houve uma média de "25 queixas por dia" nos transportes públicos, na Saúde há "pagamentos em atraso de 262 milhões de euros" e queixas de médicos por causa das autorizações necessárias para fazer despesas "como a compra de medicamentos".
Mas há mais: o CDS critica a demora "de sete meses" na abertura do concurso para contratação de pessoal não docente ontem anunciado.
"O problema está longe de estar resolvido ", assegura Cecília Meireles, que recordou também "a cativação de 44 milhões de euros" feita no Ensino Superior.
"Não sei se chamam a isto sensibilidade social", atacou, recordando a forma como BE e PCP criticavam a falta de meios nos serviços públicos durante a anterior legislatura.
"Isto em bom Português são cortes", lançou a deputada centrista, defendendo que a falta de investimento público está também a afetar a Segurança.
Cecília Meireles afirmou mesmo que a "onda de cortes" fez com que dos 900 novos polícias prometidos apenas abriu concurso para 300. "500 ficaram de fora", acusou, lembrando que há entre as forças de segurança "milhares de pré-aposentações à espera".
Cecília Meireles acusa mesmo a atual maioria de esquerda de estar a "esconder a verdade " e de "atirar areia para o olhos dos portugueses".
Por pouco as críticas do CDS iam ficando sem resposta. Demorou até haver inscrições de deputados para debater com os centristas.
João Paulo Correia do PS acabou por vir acusar o CDS de, juntamente com o PSD no Governo, ter desinvestido nas empresas de transportes públicos no intuito de as privatizar.
E o deputado do PEV José Luis Ferreira veio lembrar os cortes feitos pelo anterior Governo, considerando que seria mais adequado falar em "fatura da direita" e não da esquerda, como pretende o CDS.
Sem mais inscrições para falar, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, esteve quase para encerrar o debate ainda ele mal tinha começado.
Foi o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, quem interveio para inscrever o Governo evitando que o CDS ficasse sem resposta.
Coube ao ministro adjunto Eduardo Cabrita responder saudando o "sentimento cristão" do CDS por mostrar "arrependimento " em relação à política de desinvestimento no setor público. E retorquir com os avanços conseguidos pelo atual Governo, nomeadamente através da reativação do programa Simplex e da abertura de novas Lojas do Cidadão.