Os receios para que seja necessário Portugal recorrer a um novo pedido de apoio, tal como aconteceu em 2011, voltam a aumentar. O alerta é feito pelo Wall Street Journal (WSJ), num artigo de análise publicado no jornal. E aponta razões: o clima de investimento e o fraco crescimento económico assente na procura interna, aliados ao elevado endividamento e malparado na banca voltam a reacender preocupações com Portugal e um eventual novo recurso a um resgate seria um golpe para a confiança do espaço europeu, zona euro incluída.
No entanto, também deixa um recado: se isso acontecesse "seria um golpe na moral da União Europeia já a braços com um crescimento lento, políticas populistas e na ressaca da decisão do Reino Unido de abandonar o bloco". E, ao mesmo tempo, lembra que as medidas aplicadas durante o programa de assistência financeira da troika "parecem agora insuficientes."
"Um pedido de resgate de Portugal, embora seja mais improvável um efeito de contágio a outros países como vimos em 2011, levantaria de novo questões quanto ao futuro da zona euro e provavelmente tornaria o clima político na Europa mais hostil," reforçou o jornal norte-americano.
De acordo com a publicação, os dados conhecidos recentemente mostram que a recuperação da economia portuguesa está a ser mais difícil do que o inicialmente esperado, aludindo à queda de 1,8% do investimento prevista pelo Banco de Portugal e com o facto de a economia estar a crescer a metade do ritmo que o Executivo prevê para a totalidade do ano – 0,9% nos primeiro e segundo trimestre, quando o Governo de António Costa estima o PIB a subir 1,8% em 2016. "As famílias estão a abrandar o seu consumo de bens duradouros e não duradouros," refere.