Síria. Rebeldes conquistam bastião do Estado Islâmico

Dabiq tem grande importânica simbólica para o grupo terrorista

Uma coligação de rebeldes sírios, apoiados por forças do exército turco cercou e tomou a cidade de Dabiq, este domingo. A cidade, situada no norte da Síria, era considerada um bastião do grupo terrorista autoproclamado Estado Islâmico, quer pelo sua localização geográfica, quer pelo seu significado simbólico. 

Segundo uma antiga profecia, concebida por Maomé, Dabiq é um dos locais onde ocorrerá uma grande batalha, entre muçulmanos e infiéis, no dia do Juízo Final.  A cidade, localizada em território sírio, foi um dos locais prediletos para os membros do Estado Islâmico gravarem muitos dos seus vídeos e dá mesmo nome à revista de propaganda online do grupo terrorista, tendo sido conquistada em 2014.

“[A perda de Dabiq] é um grande revés para o Estado Islâmico, não apenas pela sua posição estratégica, mas também porque carrega consigo um valor simbólico enorme”, confirma Mohammed Adow, jornalista da Al-Jazeera. 

De acordo com a cadeia televisiva, que cita várias agências noticiosas, cerca de 2 mil combatentes das forças rebeldes sírias cercaram Dabiq, com tanques e artilharia fornecidos pelo exército turco, depois de inúmeros ataques aéreos conduzidos pela coligação. 

Já o Observatório Sírio para os Direitos Humanos refere que foram chamados cerca de 1200 soldados do Daesh, nos últimos dias, para defender a cidade, mas face à iminência da derrota, a maioria acabou por ter de fugir para Al-Bab, situada um pouco mais sul e para onde se dirigirá, em seguida, o exército conquistador.

Dabiq situa-se a 10 quilómetros da fronteira da Síria com a Turquia e a sua reconquista faz parte do principal objetivo do presidente Erdogan, quando decidiu entrar na guerra: garantir que essa mesma fronteira esteja “inteiramente segura”.