O Tribunal Central de Instrução Criminal decretou prisão preventiva para um gang de seis pessoas, que foram detidas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por assaltos a residências. A chamada “Máfia dos Ladrões em Lei” é uma organização criminosa que atuava em vários países e que era composta por cidadãos oriundos do Cáucaso.
As detenções foram feitas na última semana, após a realização de diversas diligências, como buscas domiciliárias.
Segundo fonte oficial do SEF, “o grupo criminoso fazia chegar ao território nacional e nele permanecer, de norte a sul do país, operacionais especializados na abertura de todo o tipo de fechaduras”.
O grupo, que atuava em toda a Europa, demonstrava “uma elevada capacidade operativa e experiência na atividade ilícita”. O SEF refere mesmo que “atuavam de modo organizado, efetuando prévias e discretas intrusões em edifícios, para se inteirarem do tipo de fechaduras e das rotinas dos moradores”.
Mais tarde, já “na posse desta informação e com recurso a gazuas e técnicas apuradas, introduziam-se no interior das residências, delas retirando dinheiro e objetos de elevado valor”.
Os elementos do gang agiam sempre de forma discreta para não chamar a atenção das autoridades policiais dos vários estados europeus e tinham na sua posse documentos de identidade falsos de países da União Europeia.
Gang contava com apoio jurídico
“Esta rede criminosa, cujas cúpulas estão sedeadas em Moscovo e em Tbilisi, pautou-se por seguir uma estratégia de inserção discreta na sociedade portuguesa a fim de se manter fora da atenção das autoridades. Cada elemento do grupo tinha uma função definida pela organização, que ia desde a recolha de informação sobre as residências a furtar, a intromissão nas casas, a recolha, guarda e escoamento do produto do crime, a disponibilização dos documentos falsos ou funções logísticas, como o arrendamento de casas, aquisição de viaturas e contratação de apoio jurídico, para os casos de detenção em flagrante delito, ou mesmo a prestação de apoio aos membros do grupo que estão presos”, explica o SEF.
Apesar da grande coordenação, o grupo funcionava com células autónomas estabelecidas em diferentes pontos do país, fazendo crer que não comunicavam entre si.
Durante as buscas realizadas na semana passada, e que levou à detenção de seis pessoas, foi apreendida uma “elevada quantia em dinheiro, vários objetos de valor, incluindo joias, documentos falsos e várias ferramentas destinadas ao arrombamento”. As diligências em habitações, veículos e numa ourivesaria aconteceram em Viseu, Ovar, Vila Nova de Gaia, Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua.
Isto porque a investigação concluiu que “os valores furtados eram escoados para fora do país ou, no caso das joias, vendidos numa ourivesaria de Vila Nova de Gaia, também alvo de busca e cujo proprietário foi constituído arguido por suspeita do crime de recetação”.
O SEF já tinha detido alguns dos principais elementos da teia no âmbito da Operação Vory, que entretanto foram condenados a elevadas penas de prisão. Meses depois, em Maio, outra célula foi detida, no âmbito da Operação Morcego. Com esta nova Operação Gazua, são já nove os presos preventivos.