Para a futura presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) uma das prioridade é recuperar a confiança dos investidores no mercado nacional. A garantia foi dada por Gabriela Figueiredo Dias ao ser ouvida na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa que vai suceder a Carlos Tavares, cujo mandato terminou há um ano.
“O grande desafio é a necessidade de prosseguir o esforço de enfrentar a perda de confiança dos investidores fruto dos eventos recentes”, acrescentando ainda que este tem sido “um esforço e um objetivo da CMVM nos últimos tempos”.
No entanto, a responsável chamou a atenção para a necessidade ter recursos humanos “adequados, motivados e qualificados”, bem como com “instrumentos de intervenção apropriados”.
“É necessário que haja atribuições e poderes apropriados, flexíveis e ajustados aos desafios para a proteção do investidor”, referiu.
Nova estrutura
Outra das prioridades, de acordo com a futura presidente do órgão regulador é o “reforço dos instrumentos e das práticas de cooperação com os outros reguladores”, além de uma “melhor supervisão” que ajude a tornar o mercado de capitais “mais atrativo para as empresas, mais robusto, profundo e atrativo”.
Já em relação à nova estrutura de supervisão que está a ser criada pelo governo, Gabriela Figueiredo Dias diz apenas que não o conhece, mas lembra que o mesmo “deve ser tranquilo, refletido e discutido”. Ainda assim, lembrou que “não há um modelo certo” e que “todos são legítimos e podem funcionar”, mas que “qualquer processo que implique “fusão ou cisão de estruturas tem relevância grande”.
“Esta superstrutura que não conheço parece-me ser uma tentativa de resposta a algumas conclusões de algumas comissões de inquérito de que há algumas oportunidades de melhoria” neste tema”, concluiu explicou Gabriela Figueiredo Dias.