O PSD vai apresentar até ao final da semana “uma alteração ao enquadramento do gestor público para limitar de novo os salários da administração da CGD”.
A notícia foi avançada pelo deputado Duarte Pacheco, esta tarde no Parlamento.
O social-democrata justificou ainda o chumbo da proposta do PCP, que visava revogar o atual regime – que acaba com a limitação salarial dos gestores da Caixa. “Não entramos em demagogia fácil. Se queremos os melhores no Estado, temos de ter condições para lhes pagar”, disse Duarte Pacheco, acrescentando que não é possível comparar “o recrutamento de alguém para uma administração” com, por exemplo, o Presidente da República, o primeiro-ministro e os deputados, “que se disponibilizaram para vir para estas funções”.
Ainda assim, o PSD estava disposto a votar na proposta do PCP, mas “não houve acordo”. “No íntimo dos deputados do PSD, nós desconfiávamos que à última hora ia haver uma qualquer justificação para que essa proposta fosse retirada, porque de certo que o PS iria fazer pressão junto do PCP para que a proposta não fosse a votos. (…) O PCP retirou a sua proposta de votação considerando que ela já estava ultrapassada a partir do momento em que os outros limites não tinham sido aprovados”.
PSD podia ter apresentado outra proposta, diz PS
Para o PS, a atitude do PSD comprova o seu “desnorte” e “incoerência” relativamente a esta questão. O socialista João Paulo Correia referiu também que os social-democratas podiam ter apresentado uma proposta alternativa à do PCP, mas como não o fizeram, tiveram de votar “a proposta que estava em cima da mesa”.
O deputado reforçou ainda a ideia que o modelo adotado pelo executivo gera uma maior poupança. Para além de não ter em conta os salários dos últimos três anos dos gestores – o que “permite que esse vencimento possa atingir um valor mais reduzido –, os salários dos gestores do banco público estão em linha com os vencimentos praticados noutros bancos. “Se olharmos para os vencimentos dos presidentes dos bancos que estão sob a alçada da supervisão do Banco Central Europeu em Portugal – Novo Banco, CGD, BPI e BCP – verificamos que o salário do presidente da CGD é a média dos vencimentos dos presidentes dos outros bancos”.
CDS aponta dedo ao BE e ao PCP
Já o CDS lamenta que o facto de nenhum partido “ceder milimetricamente na sua posição” tenha levado a que nada se alterasse. “Infelizmente o CDS é o único partido que está numa posição de dizer que, quer há um mês atrás quer hoje, tudo fez para que os gestores da Caixa voltassem a ter regras”, afirmou Cecília Meireles.
A centrista não deixou, contudo, de lançar farpas ao PCP e ao BE, sublinhando que os dois partidos podiam ter “votado a favor da revogação desta vigência”.
Ainda assim, Cecília Meireles não põe de parte a possibilidade do CDS voltar ‘à carga’, apesar de já ter apresentado uma proposta. “Podemos pensar noutras propostas para revogar, por exemplo, a iniciativa do governo, mas aquilo que se torna cada vez mais evidente é que todos os partidos procuram desculpas para não resolver o problema”.