Octávio Viana diz ainda que o negócio foi fechado por 28 milhões de euros, “em contrapartida de Isabel dos Santos votar favoravelmente no sentido dos estatutos do BPI deixarem de conter as limitações à contagem de votos”. Mas este preço, porém, não reflete o prémio de controlo, defendem os minoritários. Prémio esse que “deve ser partilhado com todos os acionistas”. Para a ATM, este prémio vale 639 milhões de euros e Isabel dos Santos foi a única beneficiária.
O presidente da ATM admite, no entanto, que este preço de 3,15 euros, sendo "o triplo do valor" oferecido na OPA, é "incomportável para o CaixaBank", e prevê que "o próprio CaixaBank abriria uma litigância nesse âmbito, que também seria prejudicial para todos os acionistas do BPI". E em última caso poderia levar o banco espanhol a retirar a operação. "É pouco provável, mas é uma hipótese", salienta.
Ação contra o BPI
Outra ação que está pensada é contra a própria administração do BPI. Isto porque, de acordo com o responsável, a equipa de Fernando Ulrich falhou ao abdicar do controlo do BFA, e, com isso, de um valor muito significativo para o banco. "O Conselho de Administração do BPI não atuou única e exclusivamente no melhor interesse da sociedade, seus acionistas e demais stakeholders, violando o seu dever fiduciário quando aceitou alienar os 2% do capital social do BFA, conferindo o controlo deste último à Unitel, por um preço que não reflete o prémio de controlo que também deveria ser atribuído aos 48.1% que ainda ficara a deter e cujo prémio se avalia concreta e facilmente em 307.4 milhões de euros".
Além disso, segundo Octávio Viana, "o Conselho de Administração tem incumprindo com o seu dever de lealdade, ao emitir pareceres sobre a oportunidade da OPA ajustados, a cada momento, de acordo com interesses e conveniências diferentes do da sociedade".