A operação pública de aquisição (OPA) do BPI pelo CaixaBank foi autorizada pelo Banco Central Europeu (BCE). A garantia foi dada pelo presidente executivo do banco espanhol, Gonzalo Gortázar.
"Recebemos a autorização do BCE para avançar" e esperamos levar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) em curso "a bom porto nos próximos meses", disse Gortázar em conferência de imprensa.
O banco catalão já fez o pedido de registo da OPA junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre a totalidade do capital social do BPI, e aguarda agora pela decisão da autoridade portuguesa.
BPI "a liderar mercado português"
O CaixaBank tem como objetivo que o BPI venha a liderar o mercado português, contando para isso com a atual equipa de "altíssimo nível" do banco para fazer as alterações necessárias para melhorar a eficiência e a rentabilidade.
"Sim. Haverá mudanças", disse Gonzalo Gortázar, acrescentando que espera "tirar o melhor das duas direções" (CaixaBank e BPI) "para ter o banco a liderar o mercado português".
O responsável disse ainda estar totalmente concentrado na operação de compra do BPI, tendo sido nomeado na quinta-feira para pertencer ao Conselho de administração do banco português e espera que o processo de aquisição esteja totalmente concluído até ao fim do ano.
Recorde-se que, o CaixaBank já é o maior acionista do BPI, com cerca de 45%, e, segundo Gortázar, qualquer percentagem de participação na conclusão da OPA acima de 50% do capital do BPI "faz sentido".
"Quem quiser ficar que fique e quem quiser vender que o faça", afirmou o presidente executivo do CaixaBank, acrescentando que o preço oferecido "é muito adequado para os acionistas atuais", não havendo motivos para o aumentar.
Minoritários exigem subida do preço para mínimo de 2,26 euros
Octávio Viana diz ainda que o negócio foi fechado por 28 milhões de euros, “em contrapartida de Isabel dos Santos votar favoravelmente no sentido dos estatutos do BPI deixarem de conter as limitações à contagem de votos”. Mas este preço, porém, não reflete o prémio de controlo, defendem os minoritários. Prémio esse que “deve ser partilhado com todos os acionistas”. Para a ATM, este prémio vale 639 milhões de euros e Isabel dos Santos foi a única beneficiária.
O presidente da ATM admite, no entanto, que este preço de 3,15 euros, sendo "o triplo do valor" oferecido na OPA, é "incomportável para o CaixaBank", e prevê que "o próprio CaixaBank abriria uma litigância nesse âmbito, que também seria prejudicial para todos os acionistas do BPI". E em última caso poderia levar o banco espanhol a retirar a operação. "É pouco provável, mas é uma hipótese", salienta.