"Não vejo qual é o tabu que há sobre a dívida", comentou Carlos César, em declarações aos jornalistas à saída do debate sobre o Orçamento do Estado e depois de António Costa ter deixado sem resposta o repto de Catarina Martins para avançar com uma renegociação da dívida.
O líder parlamentar do PS acha que o tema pode e deve ser discutido, mas introduz uma nuance de moderação – que tem sido sempre a tónica dos socialistas – que não vai exatamente ao encontro da posição mais firme pedida por BE e PCP, mas que procura uma solução que não deixe Portugal a falar sozinho.
César acha que a própria "União Europeia tem consciência" da importância de uma discussão política sobre os constrangimentos impostos pelo Tratado Orçamental e acredita que "esse debate é um debate emergente no contexto europeu".
Carlos César assegura que o Governo e o PS têm "uma estratégia" para lidar com esse problema e recorda que as questões do défice e da dívida "têm o seu lugar próprio" para serem debatidas e esse lugar é a Europa.
"Temos sempre uma postura pró-ativa na defesa dos interesses dos portugueses", afirmou o presidente do PS, vincando a diferença face à postura de bom aluno assumida por PSD e CDS nesta matéria.
O que o PS e o Governo querem evitar é que Portugal fique sozinho numa matéria complicada. A estratégia tem sido sempre a de procurar aliados para este dossiê. E o acordo secreto entre a Comissão Europeia e o governo francês pode ajudar a tornar mais fácil uma negociação sempre difícil.