Poeta sírio Adonis em Lisboa

Escritor sírio esteve no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a ler poemas seus da antologia O Arco-Íris do Instante (D. Quixote).

Considerado um dos escritores mais influentes da atualidade e um crónico candidato ao Nobel, o poeta sírio Adonis esteve sexta-feira no CCB para apresentar a antologia O Arco-Íris do Instante (ed. D. Quixote), no âmbito do Lisbon and Estoril Film Festival.

Ali Ahmad Saïd Esber, filho de agricultores, e o mais velho de seis irmãos, nasceu em 1930, em Qassabin, uma pequena aldeia na costa da Síria, junto à cidade portuária de Lataquia.

Quando tinha 14 anos, o primeiro Presidente da recém-independente república, visitou a cidade vizinha, Jableh, e o jovem poeta insistiu em declamar para ele alguns poemas que tinha escrito de propósito para a ocasião. No espaço de uma semana, ganhou uma bolsa para estudar no liceu francês de Tartus, uma cidade portuária no centro-sul do litoral sírio. Dali passou para a Universidade de Damasco, onde estudou os filósofos alemães e, além de ter lido a poesia árabe clássica, descobriu Baudelaire e Rimbaud.

Adotou o pseudónimo Adonis aos 19 anos, quando percebeu que o seu nome de batismo era um entrava à publicação dos seus poemas. Hoje, com 86 anos, vive em Paris, num exílio . O_brasileiro Milton Hatoum define-o como «uma fábula fenícia que se irradiou na literatura da Grécia antiga com a força e a complexidade dos grandes mitos. Nascido de uma árvore, Adonis tornou-se para os gregos um símbolo do mistério da natureza: um deus da vegetação e da fertilidade, ligado ao ciclo de nascimentos, mortes e renascimentos».