Poesia



  • Pedro Mexia. Água de colónia com cheiro a naftalina

    Elevado a ‘consigliere’ no opressivo enredo cultural português, Mexia diz que já não se vê a romper noutra direcção, buscando novos caminhos para os seus versos. De ora em diante, reservar-se-á ao papel de antologiador sucessivo da obra, retocando o retábulo que já conhecemos.

    Pedro Mexia. Água de colónia com cheiro a naftalina



  • 25 de Abril e o complexo da sua profanação

    A partir dos instrumentos de análise de Jean Baudrillard, que apontou para uma tentação de submeter o século XX a um processo de revisionismo e desinformação imparável, procuramos compreender como as comemorações dos 50 anos da revolução dos cravos procuram esvaziá-la de sentido, e como apenas exprimem uma forma de arrependimento.

    25 de Abril e o complexo da sua profanação

  • Nuno Júdice. Últimas notícias da nossa juventude

    A morte de Júdice a 17 de Março por agora só gerou o palavreado encomiástico próprio das brochuras mortuárias, mas seria importante recuar meio século e ter em conta como a sua estreia trouxe um ímpeto de renovação da poesia que pela última vez correspondeu a essa “primavera magnífica” que se espera da juventude.

    Nuno Júdice. Últimas notícias da nossa juventude

  • Luís Quintais. “Poema, senhor das moscas”

    A mais recente recolha de poemas de Quintais permite-nos traçar um retrato dos modos de abdicação e sujeição a que se abandonou muita da actual poesia portuguesa, julgando sinalizar o fim do mundo, quando era o mundo, na verdade, que parecia desertar das suas representações.

    Luís Quintais. “Poema, senhor das moscas”


  • Nuno Júdice. O poeta que pariu a sua némesis

    O poeta algarvio morreu este domingo, aos 74 anos, vítima de cancro. Depois de uma fulgurante estreia, e de ter sido central numa transição decisiva na poesia portuguesa, que soube arejar através da respiração da prosa, Júdice acabou escravizado enquanto escultor da sua própria estátua.

    Nuno Júdice. O poeta que pariu a sua némesis

  • Poeta Nuno Júdice morre aos 74 anos

    Poeta, ensaísta e ficcionista, Nuno Júdice foi, até 2015, professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.

    Poeta Nuno Júdice morre aos 74 anos

  • Ezra Pound. “O que custa é acertar no centro exacto”

    A ausência da Cultura nos programas eleitorais gerou alguma perplexidade e denúncias entre alguns dos nossos agentes do sector, mas enquanto estes continuam a exigir mais atenção e uma fatia maior do bolo orçamental, escusam-se por todos os meios a confrontar o vazio que garante a esterilidade das actuais “políticas culturais”.

    Ezra Pound. “O que custa é acertar no centro exacto”

  • Ilya Kaminsky. Uma conspiração contra o esquecimento

    O livro de estreia de um poeta nascido em Odessa, e que juntamente com a família obteve asilo nos EUA, leva-nos de volta à ferida mortal do século passado, e à lúcida e dolorosa memória que entre si traficam aqueles que procuram restituir à música a palavra num mundo de onde os sinos foram arrancados.

    Ilya Kaminsky. Uma conspiração contra o esquecimento

  • Inger Christensen. “Expulsa do paraíso de novo perdido”

    Um pequeno selo independente (Não Edições) acaba de publicar uma dessas discretas obras-primas da poesia contemporânea europeia, um livro seminal que se impôs como o mais fulgurante antecedente dos discursos que hoje procuram revigorar a criação literária deixando para trás as limitações e preconceitos da perpectiva antropocêntrica.

    Inger Christensen. “Expulsa do paraíso de novo perdido”

  • A eucaristia cultural de Tolentino Mendonça

    Na sua 37.ª edição, o Prémio Pessoa quis celebrar o ecumenismo diluente de uma figura que tem produzido uma marca de espiritualidade consoladora que esvazia a fé de toda a exigência transformadora e a cultura das suas tensões mais vigorosas.

    A eucaristia cultural de Tolentino Mendonça

  • Max Ritvo. Arrastar o universo para a cama

    O poeta norte-americano Max Ritvo morreu aos 25 anos de uma forma rara de cancro ósseo que lhe fora diagnosticado uma década antes. Agarrou-se à poesia, aos amigos, aos professores, e também às memórias e ao passado, deixando um testamento tenaz e sumptuoso, celebrando o tempo que lhe foi dado, entretecendo um eco vivo.

    Max Ritvo. Arrastar o universo para a cama

  • Paulo Teixeira. A memória como última fronteira da aventura humana

    Depois de uma década sem publicar, Paulo Teixeira parecia ter-se remetido ao silêncio. E se a sua postura foi sempre imensamente discreta, também é certo que não se podia passar ao lado do seu percurso na hora de fazer um balanço sobre a poesia contemporânea portuguesa.

    Paulo Teixeira. A memória como última fronteira da aventura humana

  • Joy Harjo. Uma voz que rachou ao meio o sonho americano

    Harjo foi a primeira nativo-americana distinguida como poeta laureada dos EUA, tendo servido três mandatos, e embora a sua poesia tenha recaído num certo panfletarismo idealista, em tempos a sua proposta foi tão ousada quanto indigesta, nadando para trás no tempo, convocando fantasmas, apurando ecos que chegam até ao osso

    Joy Harjo. Uma voz que rachou ao meio o sonho americano

  • Louise Glück. Uma harpa com cordas arrancadas ao desastre

    A poeta norte-americana, galardoada com o Nobel em 2020, morreu de cancro aos 80 anos, deixando uma obra que podia ser desapiedada e cruel, mas capaz também de transformar o pensamento em prece, e de louvar a existência sem a reduzir às mais banais aspirações de conforto e optimismo

    Louise Glück. Uma harpa com cordas arrancadas ao desastre