"O Tribunal Constitucional já notificou os administradores da CGD no sentido de que devem entregar [as declarações de património e de rendimentos]. Por isso, a questão é muito simples: Se no prazo adequado os administradores da Caixa o fizerem, está tudo bem; se não o fizerem, não devem continuar como administradores da CGD", avisou o líder da bancada parlamentar socialista.
Três dias depois de uma reunião da administração na qual o assunto não terá sido tratado, César respondeu assim aos jornalistas na Guarda bofe começam hoje as jornadas parlamentares do PS.
Não é a primeira vez que o PS avisa a administração de António Domingues de que está obrigada a apresentar as declarações de rendimentos. Mas é a primeira vez que fica claro que caso isso não aconteça os socialistas entendem não haver condições para Domingues e a sua equipa continuarem à frente do banco público.
César reafirmou ainda que não houve qualquer acordo entre a administração da CGD e o Governo para permitir que a equipa liderada por António Domingues ficasse isenta da obrigação de apresentação de declaração de rendimentos prevista no Estatuto dos Gestores Públicos.
Carlos César lembrou, aliás, que o entendimento sobre a obrigatoriedade da apresentação destas declarações já foi assumido pelo primeiro-ministro, pelo ministro das Finanças, pelo Presidente da República e pelo Tribunal Constitucional que já notificou mesmo a administração da Caixa.
Em relação às críticas feitas por Pedro Passos Coelho, que considera um "despudor" a forma como está a ser gerido este dossiê, o presidente do PS responde com ironia. "O líder da oposição é um diabinho. Não me parece que seja a pessoa adequada para falar de pudor", atacou Carlos César. De resto, para o líder da bancada parlamentar do PS, a forma como Passos está a usar o tema da CGD revela "desorientação" perante os bons resultados económicos do país e a necessidade de o PSD se agarrar a um tema "que parece que está a correr menos bem" para fazer oposição ao Governo.