"A despesa com o serviço da dívida em 2017 deverá aumentar para 36,28%, o que, aliado a uma perspetiva de crescimento económico baixo – menos de 3% entre 2017 e 2021, segundo a nossa estimativa -, aumenta a vulnerabilidade de Angola a um incumprimento", pode ler-se na análise que é feita.
O trabalho destaca ainda o facto desta previsão, aliada a uma subida do rácio da dívida pública face ao Produto Interno Bruto (PIB), aumentar o risco de incumprimento financeiro do país.
Conjuntura leva a menor crescimento económico
O World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgado, em abril, prevê um crescimento da atividade económica de Angola durante 2016 a uma taxa de 2,5%. A confirmar-se, será um decréscimo dos 3% de 2015 e quase metade comprando com os 7.5% verificados em 2014.
Muitos portugueses continuam em Angola
A crise que assolou Angola nos últimos anos devido à quebra do preço do barril de petróleo nos mercados internacionais funcionou como um acelerador da saída de expatriados do país com destaque para os portugueses. Segundo estimativa das autoridades de Lisboa, há dois anos estariam em Angola cerca de 120 000 a 130 000 portugueses. Um número que tem vindo a decrescer.
A questão do número dos portugueses em Angola mereceu, desde sempre, alguns cuidados. No auge da presença de portugueses neste país africano (designadamente entre 2008 e 2014), as autoridades consulares alertaram sempre para a disparidade dos números. Em causa estava a diferença entre o número dos que estavam registados na rede consular ali existente e todos aqueles cuja presença não era oficialmente conhecida, embora estivessem, obviamente, em situação legal.