A uma semana da grande decisão, e que a Mercedes já se tornou a grande vencedora entre os construtores, Bernie Ecclestone fez agitar a Fórmula 1, fora da pista. Em entrevista à revista alemã Auto Motor und Sport, o patrão da F1 admitiu que «não ficaria surpreendido» caso a «Mercedes e a Ferrari abandonassem a modalidade». «Poderia acontecer. Mas se isso acontecer e as corridas melhorarem, não é nenhum cenário terrível», adiantou.
Ecclestone esclareceu que este tipo de situações é algo para o qual se tem que «estar preparado» porque as saídas acabam por ser «naturais». «A Mercedes um dia vai sair tal como a Honda, BMW e Toyota fizeram no passado, quando já tinham alcançado os seus objetivos na F1», explicou o também maior acionista das companhias que gerem a F1. Ecclestone continuou o discurso, polémico, e aproveitou para lançar algumas farpas. «Não existe gratidão neste desporto», atirou.
Ecclestone desdramatizou o futuro da modalidade caso isso aconteça e referiu «a falta de competitividade» na presente temporada. «Todos preferimos corridas em que todos têm oportunidade de ganhar. Hoje já sabes quem vai vencer, a não ser que aconteça alguma coisa realmente incrível», explicou.
Além da bomba lançada, que nada tem a ver com o lançamento dos próximos carros das marcas, Ecclestone admitiu, na mesma entrevista, que podem surgir outras mudanças, a nível do formato da competição. Em causa está o GP de Singapura, que pode ficar de fora no calendário de 2017. «De repente tornaram-se mais do que um aeroporto de passagem. [Os organizadores] acreditam que já alcançaram o seu objetivo e não querem ter mais corridas», concluiu.