O ex-ministro das Finanças Guilherme d'Oliveira Martins afirmou que o banco público pagou ao acionista 2,7 mil milhões de euros em dividendos entre 1998 e 2008, mais do que o valor dos aumentos de capital feitos no período.
"De 1998 a 2008 a Caixa Geral de Depósitos (CGD) pagou em dividendos ao Estado 2,7 mil milhões de euros. Um valor acima dos aumentos de capital realizados no mesmo período", afirmou o responsável durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito à gestão do banco estatal.
Oliveira Martins disse ainda aos deputados que esteve na tutela das Finanças durante "um período relativamente curto", entre agosto de 2001 e julho de 2002.
"Tive um único presidente da CGD, António de Sousa. Mantivemos uma relação permanente e uma pessoa em quem depositei toda a confiança. As minhas relações com a administração da CGD foram sempre com o seu presidente", vincou.
E destacou: "Nunca o ministro das Finanças, nem o Governo, deu orientações à CGD em matéria de política bancária. A única indicação era o cumprimento escrupuloso da lei e a preservação do prestígio da CGD e do seu papel estratégico na economia nacional".