As unidades de participação do Montepio podem sair da Bolsa de Lisboa. Esta é uma consequência da transformação da Caixa Económica em sociedade anónima. Uma operação que foi aprovada esta terça-feira.
Para já há duas soluções em cima da mesa a partir de abril de 2018: ou são amortizadas os títulos cotados com o reembolso aos titulares; ou é convertido em capital social, isto é, quem detém unidades do fundo de participação passa a deter ações do Montepio.
Aliás, um dos pontos votados em assembleia-geral extraordinária foi a de "que se mantenha, até ao fim do primeiro trimestre de 2018, o fundo de participação tal como existe e se encontra previsto nos estatutos, deliberando-se, então, a sua amortização ou a sua conversão em capital social nos termos e condições que oportunamente forem deliberados".
A partir dessa altura é que haverá decisão sobre o futuro do futuro. A verdade é que o maior titular de unidades de participação é a própria associação mutualista do Montepio. Mas se para os investidores estas unidades não têm dado remuneração, para o Montepio o fundo serviu para reforçar a sua solidez de capital.
Na segunda-feira, numa mensagem enviada aos clientes, o presidente do Grupo Montepio garantiu que a Associação Mutualista Montepio Geral continuará a ser proprietária do total do capital social da CEMG, apesar da transformação do banco mutualista em sociedade anónima.
A Caixa Económica Montepio Geral é a principal empresa do Grupo Montepio, tendo apresentado até setembro um prejuízo de 67,5 milhões de euros, um resultado que compara com perdas de 59,5 milhões de euros em igual período de 2015.
O banco está num processo de reorganização e redução de custos e, em outubro, pediu ao Governo o estatuto de empresa em reestruturação, estando prevista uma nova diminuição de trabalhadores nos próximos meses, que poderá mesmo superar os 100.