O cessar-fogo acordado na terça-feira entre a Federação Russa e a Turquia, para permitir a evacuação de Alepo, era mais um sinal de que os combates entre as forças do regime de Bashar al-Assad e os rebeldes nos bairros orientais da segunda maior cidade da Síria tinham chegado ao fim, com a vitória dos primeiros.
O início da retirada segura dos civis e opositores sírios estava previsto para esta manhã e tanto o exército de Damasco, como as milícias rebeldes, estavam comprometidos em respeitar o acordo alcançado entre Ancara e Moscovo. Nem a evacuação teve lugar, nem o acordo foi respeitado. Segundo ativistas e jornalistas no terreno, os combates foram retomados esta quarta-feira.
Por volta das 5 horas da manhã (3h em Portugal) eram esperados autocarros na região oriental de Alepo, mas em vez do transporte para retirar quem ainda se encontra nos escombros da cidade, foram as bombas que compareceram.
“Os confrontos são violentos e os bombardeamentos são bastante intensos”, conta Rami Abdulrahman, diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, citado pela televisão britânica BBC. “O cessar-fogo acabou”, lamenta.
Segundo o “El País”, o acordo foi suspenso devido a divergências entre as duas forças em confronto. Informa aquele jornal espanhol que os rebeldes rejeitaram exigências de última hora de Assad, que queria uma lista com os nomes de todas as 15 mil pessoas que iriam ser retiradas, sob o pretexto de se conseguir identificar eventuais prisioneiros e reféns, entre os deslocados. Os rebeldes rejeitaram esta possibilidade e a guerra conhece assim mais uma batalha, rumo à destruição total de Alepo.