As taxas de juro dos SWAPs que as empresas públicas foram agora forçadas a pagar variam entre um mínimo um pouco inferior a 30% e um máximo superior a 92%, isto segundo a sentença do tribunal inglês, obtida pelo Diário de Notícias.
Vamos colocar as coisas em perspetiva: o juro máximo que o Banco de Portugal permite nos cartões de crédito ou no crédito ao consumo é de 17,3%; a taxa de juro que Portugal paga nos mercados, na sua dívida a dez anos, era às 11.52 de 3,81%; quanto às Euribor, continuam com taxas negativas. Portanto, pagar entre 30% e 92% é obra.
Como disse, as condições que levaram a que as taxas de juro dos SWAPs disparassem mantêm-se, pelo que essas taxas de juro daqueles derivados continuam a subir. A conta vai em 1.700 milhões de euros, quase 1% do PIB, para os SWAP´s cuja legalidade foi ontem reafirmada em Londres (ainda há mais SWAPs, que não foram ontem a julgamento). O valor total a pagar pelos SWAPs deve andar pelos 2.500 milhões de euros, cerca de 1,4% do PIB.
O meu ponto é: com as taxas de juro dos SWAPs a aumentarem a todos os trimestres, é bom que o governo se apresse a chegar a acordo com o Santander. Na gíria, “estancar a sangria”.
E quero também que os gestores que assinaram estes contratos criminosos sejam levados a tribunal, em Portugal, por gestão danosa, por mais que, entretanto, tenham subido na vida.