30 mil euros por mês é demais? Maioria acha que não

Fez correr muita tinta o salário de cerca de 423 mil euros por ano que António Costa ofereceu a António Domingues para ir gerir a Caixa Geral de Depósitos e que em janeiro Paulo Macedo começará também receber quando ficar à frente do banco do Estado. Mas aparentemente o valor não choca a maioria dos…

A Eurosondagem fez um estudo de opinião para o Expresso e a SIC que revela que mais de metade dos que responderam acha que o presidente da Caixa deve ganhar o mesmo que um gestor de um banco privado.

São 55,9% os que concordam que administrar a CGD deve ser tão bem pago como dirigir outro banco qualquer.

Na prática, a resposta serve como aval ao salário de cerca de 30 mil euros por mês que só foi possível graças a uma mudança no estatuto do gestor público e que foi criticado tanto pelo BE e pelo PCP como pelo PSD.

Bloquistas e comunistas acreditam que todos os gestores de empresas públicas devem ganhar no máximo o mesmo que o primeiro-ministro, por essa ser considerada a mais alta função executiva do Estado.

Já os sociais-democratas pretendiam que fosse preferencialmente usado como tecto o valor do salário do chefe do Governo, mas que este montante pudesse ser ultrapassado sempre que se estivesse perante uma empresa de capitais públicos mas que opera em concorrência com outras no mercado. Nesses casos, o PSD defendia que o valor do salários dos gestores do Estado deveria ser calculado a partir da média de vencimento que tinham auferido nos últimos três anos antes de assumirem o cargo.

A julgar pelos resultados da Eurosondagem, os portugueses não concordam com estes limites e acham que os salários devem ser estabelecidos pelos valores do mercado em que são contratados os gestores.