Montepio interessado em financiar veículo para pagar a lesados

Para Faria de Oliveira a solução apresentada representa “uma inaceitável quebra das regras e princípios”

A Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), responsável pela atividade bancária do Grupo Montepio, está interessada em estudar a possibilidade de montar a operação de financiamento do veículo, Fundo de Indemnização, que será criado para efetuar a compensação financeira aos lesados do BES que que investiram em papel comercial do Rio Forte e da ESI (Grupo Espírito Santo), apurou o i.

Este interesse por parte da instituição financeira acontece depois de reconhecer que a “resolução do problema é fundamental para a estabilidade do sistema financeiro português”.

O presidente do banco, Félix Morgado, diz mesmo que a instituição financeira “não poderia ficar indiferente a esta situação que alimentou tanta incerteza e afetou a vida de tantos portugueses, sem tentar aliviar o sofrimento dos clientes do grupo Espírito Santo que viram a sua situação financeira severamente afetada”, apurou o i.

Bancos contra solução

Já a Associação Portuguesa de Bancos (APB) rejeita que o Fundo de Resolução tenha alguma responsabilidade no financiamento desta solução.

 Recorde-se que este acordo desenhado pelo grupo de trabalho que juntou os reguladores e representantes dos lesados irá beneficiar 2143 contratos que reclamam 490 milhões de euros, mas será o Fundo de Resolução a pagar parte desta verba, no total de 280 milhões de euros, uma vez que os clientes, ao aceitarem esta solução, não vão receber, para já, o total da dívida. Mas para isso é necessário que 50% dos lesados aceitem esta solução. 

Para Faria de Oliveira “não faz sentido nem é aceitável a intervenção do Fundo de Resolução” na solução. E vai mais longe ao afirmar que “representaria uma inaceitável quebra das regras e princípios que regem os processos de resolução”, afirmou. No entender do presidente da APB, caso a solução avance tal como está poderá poderá permitir a “abertura de um precedente que represente uma discriminação em relação a outros eventuais investidores lesados”