António Domingues admitiu que teve uma primeira reunião com o ministro das Finanças e com o secretário de Estado, Mourinho Félix, e não recebeu o convite para ir para Caixa Geral de Depósitos (CGD) com “grande entusiasmo”, mas depois de ponderar, revelou que estaria disponível para liderar o banco mediante algumas condições.
Uma delas dizia respeito ao aumento do capital, em que este, não poderia ser feito com ajudas de Estado.
A outra estava relacionada com a aplicação das regras do gestor público. Para Domingues, não poderiam ser aplicadas as regras do gestor público, mas as regras de gestor das empresas públicas. “Esta era a questão de base”, defendeu na comissão das Finanças, onde está a ser ouvido esta quarta-feira.
Para o ex-presidente da Caixa era necessário uma gestão profissional para a Caixa e, para poder atrair pessoas qualificadas, estas não podiam arriscar “ter os rendimentos espalhados nos tablóides”.
Modelo de governo teria de ser alterado
Para António Domingues seria necessário alterar o modelo de governo da Caixa deve ser alterado, “com pessoas que tragam exigência e validem essa independência”, e como tal, não acredita que era possível convencer esses profissionais ao dizer que teria de “mostrar as declarações de património”.
“ Não vejo necessidade de haver regras para a Caixa que não existem para os outros bancos. Em Portugal, as regras têm este figurino. Se me dissessem que não eu ia à minha vida. Mas tenho o direito de defender os meus interesses. Essas condições foram postas à cabeça”, salientou.
Ainda assim, lembrou que entregou a declaração de património depois de apresentar a demissão. “Para defender o meu bom nome”, salientou. E uma das preocupações que teve foi perguntar o que achavam disso os restantes elementos da administração. “Fui mandatado para os convidar em determinadas condições. Se um dissesse que não, eu não entregaria", acrescentou.
Mas quando ia responder aos motivos da sua demissão mas foi interrompido pela presidente da comissão por ter terminado o tempo.
