Marcelo Rebelo de Sousa começou por destacar a história do local em que decorre a cerimónia, o Mosteiro dos Jerónimos, mas também a história que foi escrita pelo antigo Presidente da República neste local.
Recorde-se o Mosteiro dos Jerónimos foi palco da assinatura do Tratado de Adesão à CEE, pelo próprio histórico socialista. “[Estamos aqui todos a] evocar um homem que fez história sabendo que a fazia quando tantos de nós se recusaram a reconhecê-lo”.
O chefe de Estado ressalvou ainda a “portugalidade” de Mário Soares, o “humanismo” que o definia bem como a vontade de “refazer Portugal”. “Foi o humanismo que definiu Mário Soares", afirmou Rebelo de Sousa, descrevendo Soares como “um singular humanista e construtor da portugalidade”.
“Portugal, princípio e fim de um percurso que para Mário Soares era um desígnio”, acrescentou.
Rebelo de Sousa falou no homem “aberto à Europa” – “o seu sonho e a sua conquista” -, mas também “aberto à comunidade que partilha a mesma língua, presente em todos os continentes”. “Aberto ao universo sem limites físicos e espirituais”, acrescentou.
O chefe de Estado afirmou ainda que os portugueses estão “gratos pela ilimitada coragem e liberdade”, “partilhada pela sua companheira de vida, Maria de Jesus”.
Marcelo Rebelo de Sousa terminou a sua intervenção citando um poema de Ricardo Reis. “’Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes’. Assim foi Mário Soares, assim o recordaremos para sempre. Em nome de todo o Portugal, obrigado Soares”.