O acordo para o aumento do salário mínimo nacional ainda não está assinado e os patrões já ameaçam não o assinar depois de se saber que a descida da TSU não deve passar no Parlamento.
No PS é que não há dúvidas. "Nós respeitamos a concertação social", comentou ao i o líder parlamentar socialista, Carlos César, assegurando que da parte do partido que apoia o Governo nada mudou.
Carlos César diz que o PS vai votar contra qualquer tentativa de inviabilizar o desconto da TSU para os patrões feita pelo BE e pelo PCP.
O problema é que o PSD anunciou hoje que irá votar a favor destas iniciativas do BE e do PCP.
Ou seja, haverá maioria no Parlamento para travar aquela que foi a contrapartida prometida pelo Governo aos patrões para subir o salário mínimo nacional para os 557 euros já neste mês.
De qualquer modo, mesmo sem acordo assinado na concertação social, o salário mínimo já está em vigor. Essa é matéria da decisão do Governo e não depende de luz verde da concertação social.
No PS desejava-se que houvesse um acordo e não está fora de hipótese numa fase posterior apresentar outras contrapartidas. Mas para já não se queimam etapas e está cumprida a promessa de ter o salário mínimo nos 557 euros em 2017.
O PSD vai votar contra a descida da TSU para os patrões como forma de compensar o aumento do salário mínimo. “Somos frontalmente contra”, disse o líder parlamentar Luís Montenegro, após a reunião do grupo parlamentar.
Luís Montenegro rejeitou que o PSD funcione como “o bombeiro de serviço” ou a “muleta” do governo socialista e desafiou o PS a entender-se com os partidos à sua esquerda. “Devem ser os partidos da coligação a assumir plenitude das suas responsabilidades”, disse o líder do grupo parlamentar do PSD.
“Não seremos uma muleta do governo, dando ao governo o apoio que não consegue entre os seus parceiros”, concluiu Montenegro.