O deputado comunista António Filipe discorda dos que se referem "ao governo do país" como geringonça por ser uma "designação pejorativa".
"Vou fazer uma sugestão em nome do princípio da reciprocidade: sugiro que os órgãos de comunicação que se refiram ao governo do país usando a designação pejorativa de geringonça passem a ser designados pelas expressões igualmente pejorativas de ´pasquins´, ´baiucas` ou ´chafaricas`, case se trate respectivamente de jornais, rádios ou televisões", escreve, na sua página do facebook, o deputado comunista.
A expressão geringonça foi utilizada pela primeira vez por Paulo Portas em Novembro de 2015, numa intervenção no parlamento quando ainda liderava o CDS. Portas utilizou esta expressão para classificar o acordo entre o PS e os partidos à sua esquerda. "O acordo de esquerda não é bem um governo, é uma geringonça", disse.
António Costa já admitiu, no parlamento,que não se incomoda que o governo seja tratado por geringonça. "A nós não nos incomoda nada ser geringonça, mas a vocês incomoda muito que funcione", disse o primeiro-ministro, em abril, dirigindo-se ao PSD. O ministro Vieira da Silva também admitiu que “geringonça não é assim tão ofensivo" e "até gera algum afeto".
Ao contrário dos socialistas e bloquistas, os responsáveis do PCP nunca tratam o governo por geringonça. Jerónimo de Sousa já convidou Paulo Portas a "retirar a caracterização e classificação que fez".