As retenções, tal como acontece no IRS anual, vão ser alvo de uma revisão de 0,8% em todos os escalões. A isto há que contar ainda com as mudanças já aplicadas nas taxas na proposta de Orçamento do Estado para 2017.
A sobretaxa para os três últimos escalões, os únicos que ainda fazem a retenção, vai também aumentar, mas ainda mais do que a retenção normal: Tendo em conta que a sobretaxa não foi atualizada em linha com a inflação no ano passado, o governo decidiu fazer um duplo aumento somando a inflação de 2015 com a de 2016.
Segundo Fernando Rocha Andrade, a actualização da sobretaxa a uma percentagem superior serve para compensar o facto de o Governo, em 2016, não a ter actualizado à inflação. Agora compensa este efeito somando os 0,8% que estão na base das actualizações para 2017 com os 0,5% do ano passado.
No total, o aumento deverá ser de 1,305%, com um acerto final prometido para o final deste ano.
A verdade é que a grande maioria dos contribuintes que tem rendimentos do trabalho dependente e pensões retém acima do que é necessário, pelo que os acertos costumam dar lugar a reembolso.
Também este ano espera-se que o Governo cumpra a promessa feita por António Costa de fazer uma reforma do IRS, aumentando o números de escalões que o governo de Passos Coelho reduziu para cinco em 2013.
Mais impostos
Um relatório da Comissão Europeia considera que, nos próximos anos, a população dependente e com grande necessidade de cuidados de longa duração vai aumentar muito. Portugal vai passar então a ser um dos países com mais despesas com a saúde. E é com base nesta previsão que Bruxelas quer mais impostos sobre o tabaco, álcool e refrigerantes, que o autal Governo tem subdio todos os anos.
A estimativa aponta para que em 2060 existam cerca de 1,1 milhões de pessoas a precisar de cuidados de longa duração, na sequência de problemas de saúde.