A Caixa recusa-se a entregar a lista dos maiores créditos por si concedidos. A posição foi assumida numa carta enviada à comissão de inquérito depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado o levantamento do dever de segredo à instituição financeira. “A CGD não pode prestar as informações solicitadas”, defendem o vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração João Tudela Martins, numa carta endereçada ao deputado José Matos Correia, que preside à comissão de inquérito. “A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação dos seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua atividade”, salientam.A informação pedida passa por uma listagem dos créditos que justificam o reconhecimento de imparidades de 3 mil milhões de euros, com indicações do tipo de créditos, da antiguidade, dos decisores e das garantias associadas. José Matos Correia, deputado do PSD que preside à comissão de inquérito, já reagiu ontem a esta decisão da seguinte maneira: “Não me passa pela cabeça que uma entidade, seja ela quem for, não cumpra uma decisão do Tribunal da Relação.”Faria nega créditos de favor Perante a insistência dos deputados sobre o cruzamento de informação relacionada com o financiamento de investimentos considerados, na altura, estratégicos e que se provaram ruinosos, como a Pescanova, La Seda de Barcelona, Grupo Lena, BCP e, sobretudo, Vale do Lobo, Faria de Oliveira disse apenas que o investimento nesses projetos se baseavam em estudos concretos. Aliás, sem querer falar especificamente do projeto Vale do Lobo, da responsabilidade de Santos Ferreira, o ex-presidente da Caixa aponta a crise como a principal causa deste fracasso, mas acredita que é um projeto que “ainda pode gerar muito valor”. A Caixa recusa-se a entregar a lista dos maiores créditos por si concedidos. A posição foi assumida numa carta enviada à comissão de inquérito depois de o Tribunal da Relação de Lisboa ter decretado o levantamento do dever de segredo à instituição financeira.
“A CGD não pode prestar as informações solicitadas”, defendem o vice-presidente da CGD, Rui Vilar, e o vogal da administração João Tudela Martins, numa carta endereçada ao deputado José Matos Correia, que preside à comissão de inquérito. “A documentação pedida, para além de ainda não estar aprovada na sua totalidade, contém informação relativa a clientes e também informação que, embora respeitando à vida interna da CGD, atenta a sua natureza e sensibilidade, se impõe manter em segredo, para preservação dos seus legítimos interesses, no quadro plenamente concorrencial em que desenvolve a sua atividade”, salientam.
A informação pedida passa por uma listagem dos créditos que justificam o reconhecimento de imparidades de 3 mil milhões de euros, com indicações do tipo de créditos, da antiguidade, dos decisores e das garantias associadas.
José Matos Correia, deputado do PSD que preside à comissão de inquérito, já reagiu ontem a esta decisão da seguinte maneira: “Não me passa pela cabeça que uma entidade, seja ela quem for, não cumpra uma decisão do Tribunal da Relação.”
Faria nega créditos de favor
O ex- -presidente da Caixa Geral de Depósitos, entre 2008 e 2011, garantiu ontem na comissão de inquérito à Caixa que não foram concedidos durante o seu mandato créditos de favor e todos os que foram autorizados seguiram “todas as regras e normas”. Faria de Oliveira reconheceu, no entanto, que existia alguma sensibilização por parte de membros do governo para determinados projetos, mas recusou a existência de pressões para a Caixa apoiar projetos que tivessem interesse nacional. “Sensibilização, sim; pressão, não”, revelou o atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos na comissão de inquérito à Caixa.
Perante a insistência dos deputados sobre o cruzamento de informação relacionada com o financiamento de investimentos considerados, na altura, estratégicos e que se provaram ruinosos, como a Pescanova, La Seda de Barcelona, Grupo Lena, BCP e, sobretudo, Vale do Lobo, Faria de Oliveira disse apenas que o investimento nesses projetos se baseavam em estudos concretos.
Aliás, sem querer falar especificamente do projeto Vale do Lobo, da responsabilidade de Santos Ferreira, o ex-presidente da Caixa aponta a crise como a principal causa deste fracasso, mas acredita que é um projeto que “ainda pode gerar muito valor”.