Julho de 1961. Um jovem de nome Serafim, companheiro de Hernâni

Depois de uma vitória em Alvalade, o Sporting viu-se eliminado das meias-finais da Taça nas Antas

Dos jogos entre FC Porto e Sporting (ou vice-versa), as histórias multiplicam-se até ao infinito. Este foi em 1961, dia 3 de julho. Meias-finais da Taça de Portugal. Na primeira mão, em Alvalade, vitória leonina (2-1). Depois, nas Antas, a vingança a azul e branco: 4-1.

Vontade, generosidade, entusiasmo, sublinhavam os jornais. Sempre mais rápido, mais combativo, mais pronto a rematar. De pouco valeu a boa exibição de Carvalho, guarda--redes do Sporting. Serafim faz dois golos (40 e 52 m), Diego assina o 3-0 (72), e depois de Noé reduzir (79)m, o grande Hernâni, “O Furacão de Águeda”, pôs um ponto final nas poucas dúvidas que ainda pudessem existir.

Serafim foi o herói da tarde. Faltavam 22 dias para completar os seus 18 anos. Um menino, portanto. Foi um grande ano para ele já que, na Polónia, tornou-se campeão da Europa de juniores. Perderia depois a final dessa Taça de Portugal frente ao Leixões (0-2) – nas Antas, ainda por cima.

Mas é do clássico que falo: “Serafim, com Hernâni e também Noé, embora este em plano menos elevado, deram a nota ardente da recuperada equipa das Antas. Galvanizados pela certeza do êxito, os azuis-e-brancos acabaram o encontro como senhores absolutos, de portas escancaradas para o jogo supremo da Taça.” 

Pela primeira vez na história, o vencedor do troféu iria participar na Taça dos Vencedores de Taças. Como vimos, tocou a prenda ao Leixões, que até teve um comportamento brilhante. Mas essa tarde portuense de julho serviu para dar um nome ao futebol português: Manuel Serafim Monteiro Pereira! A. M.