Um ritual religioso em torno de Iemanjá, rainha do mar, terá estado por detrás do incidente que ontem na Costa Nova arrastou quatro pessoas para o mar. Uma das vítimas, uma mulher de 34 anos, continua desaparecida. As outras três conseguiram sair da água e receberam cuidados médicos.
Nas redes sociais, ao longo do dia, várias pessoas partilharam imagens sobre esta deidade e sobre o mar agitado. Na página do grupo Terreiros de Portugal no Facebook , uma plataforma que divulga espaços de culto com fundamentos afro e afro-descendentes, alguns membros já lamentaram o incidente e deixaram um alerta aos praticantes.
“Sou Dirigente de Um Templo de Umbanda precisamente na cidade de Aveiro e nem acredito que existe gente tão ignorante ao ponto de desrespeitar os avisos e fazer o que não sabe”, escreveu um dos membros. “Aconselho os fiéis a procurarem Dirigentes dos Templos para que vos possam orientar e que não cometam este tipo de atitudes porque pode custar-vos a vida. Respeitem a natureza e não se ponham em aventuras. Religião e fé não é fanatismo nem loucura.”
Ontem, 2 de fevereiro, era o dia dedicado a Iemanjá no Brasil, país onde os orixás têm vários seguidores. Em Portugal existem também algumas comunidades.
A Autoridade Marítima Nacional indicou ao i que não havia um alerta particular relacionado com esta data.
No território nacional, além do incidente na Costa Nova, a polícia marítima registou apenas mais um incidente na Nazaré, que acredita não estar relacionado com qualquer culto religioso. Tratou-se uma mulher que tentou entrar no mar e foi encontrada com água pela cintura e resgatada pelas autoridades.
Ainda nas redes sociais, alguns utilizadores partilharam referências à data. Uma utilizadora partilhou imagens do mar revolto nas Azenhas do Mar, Sintra, invocando o dia de Iemanjá.