Em janeiro o Banco Central Europeu (BCE) voltou a diminuir o ritmo de compra de obrigações portuguesas e adquiriu 688 milhões de euros em Obrigações do Tesouro de Portugal. Em dezembro do ano passado o valor tinha sido 725 milhões de euros e nos três meses anteriores 1000 milhões de euros.
A 31 de janeiro o BCE detinha 25,3 mil milhões de euros em dívida portuguesa.
Em dezembro de 2016 a instituição liderada por Mario Draghi estendeu o programa de compra de ativos até ao final de 2017, baixando o ritmo de compras de 80 mil milhões de euros por mês para os 60 mil milhões de euros mensais a partir de abril.
Mas manteve a regra de que o banco central não pode deter mais de 33% de uma linha de obrigações ou do total dos títulos de dívida considerados pelo programa. A decisão penalizou Portugal, que tem menos obrigações elegíveis para o programa do BCE.
Com a subida da inflação o BCE tem sido pressionado a terminar com este programa de estímulos, mas segundo Draghi, ainda é cedo para considerar uma retirada.
“O apoio das nossas medidas de política monetária ainda é necessário para as taxas de inflação convergirem rumo aos nossos objetivos com confiança suficiente e de uma forma sustentada", disse o responsável no Parlamento Europeu
A infação na zona euro subiu para 1,8% em janeiro depois de no mês anterior já ter subido para 1,1%, aproximando-se do objetivo fixado em Frankfurt de pouco abaixo dos 2%.
"Não devemos reagir a dados isolados e subidas na inflação pontuais”, argumentou Draghi, acrescentando que o banco central vai agir com uma “horizonte de médio prazo”.
Segundo o italiano, para uma alteração da política, o aumento da inflação terão de cumprir os quartos critérios do BCE: terá de ser prolongada, auto-sustentada, evidente em toda a zona euro e com previsão de duração de vários meses.
Aos eurodeputados Mário Draghi lembrou ainda que “a abordagem da nossa política monetária atual antecipa que, caso as perspetivas para a inflação sejam menos favoráveis, ou caso as condições financeiras se tornem inconsistentes com os progressos rumo a um ajustamento sustentado no caminho da inflação, o Conselho de Governadores está preparado para aumentar o tamanho ou duração do programa de compra de ativos”.