O prazo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) do CaixaBank sobre o BPI termina hoje às 15h30 com o banco catalão que detém 45,5% do capital a oferecer 1,134 euros sobre ação. O banco acredita no sucesso da operação apesar da forte contestação de alguns acionistas, nomeadamente do grupo Violas – detentor de 2% do capital – e dos pequenos investidores. O resultado só será divulgado amanhã.
Recorde-se que este grupo de acionistas tem vindo a defender que o valor oferecido pelo CaixaBank na OPA sobre BPI é mais baixo 53% do que o valor real das ações da instituição financeira e está a ser penalizado pela forte desvalorização que ocorreu no setor financeiro e acabou por se refletir no valor bolsista em toda a banca. Aliás, este é um dos argumentos que tem sido usado para que a CMVM nomeie um auditor independente para fixar o preço da OPA.
A verdade é que o preço por ação já tinha sido revisto pelo CaixaBank depois de a OPA se ter tornado obrigatória. A 18 de abril, quando o banco espanhol lançou a operação, oferecia 1,113 euros por ação, valorizando o banco em 1600 milhões de euros. Agora oferece 1,134 euros por ação, avaliando o BPI em 1650 milhões de euros.
a dúvida Isabel dos Santos A empresária angolana, a segunda maior acionista do BPI com 18,6% do capital através da Santoro, ainda não revelou qual vai ser a sua posição, apesar da sua saída do capital do banco liderado por Fernando Ulrich ser dada quase como certa.
Aliás, no decorrer desta OPA, o BPI negociou com Isabel dos Santos a venda de 2% do BFA, permitindo à empresária ficar com o controlo do banco angolano. Tudo indica, no entanto, que a empresária angolana vá desinvestir no BPI.
Também a saída do capital do BPI é assumida pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) numa carta enviada em dezembro em resposta a cinco eurodeputados por preocupações no controlo de participações qualificadas em bancos. Nessa carta, a entidade refere que a OPA ao “BPI por parte de outra instituição de crédito irá suprimir a posição qualificada da senhora dos Santos” neste banco, sendo que os receios da autoridade de supervisão bancária estejam centrados no BIC, do qual Isabel dos Santos detém 42,5%.
Plano Se a OPA
for bem sucedida, o banco catalão já revelou que irá abrir portas à redução de 900 trabalhadores no BPI com vista a reduzir os custos anuais até 84 milhões de euros. Já em termos de redução de balcões, a ideeia é manter a tendência que tem ocorrido nos últimos anos, não estando previsto o encerramento adicional de balcões.
Quanto à futura administração, o CaixaBank deixa isso em aberto, mas mesmo que Fernando Ulrich se mantenha na liderança, a estrutura terá obrigatoriamente de ser alterada, nomeadamente para receber mais representantes do grupo catalão.
A única certeza é que a instituição financeira vai permanecer na bolsa portuguesa.