Os bloquistas temiam há muito que a construção de um armazém para resíduos tivesse como objetivo o prolongamento da vida útil da central nuclear de Almaraz, que fica a apenas 100 quilómetros da fronteira portuguesa e, pelas regras de segurança internacional, já teria atingido o limite da sua vida útil.
"Confirma todos os receios que temos manifestado junto do Governo português sobre Almaraz e reafirma a ideia de que a construção do armazém de resíduos nucleares se destina a estender o funcionamento de Almaraz para lá de 2020", defende o deputado bloquista Pedro Soares, que quer ouvir explicações de Augusto Santos Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros.
"O Bloco vai requerer a vinda do ministro dos Negócios Estrangeiros ao Parlamento", anunciou o deputado bloquista presente na Comissão Parlamentar de Ambiente.
Para Pedro Soares, o acidente que se verificou hoje em França é a prova do risco que Almaraz representa e torna ainda mais premente a oposição do Governo português à continuidade da central de Almaraz.
É que, até agora, o ministro do Ambiente tem questionado a construção do armazém de resíduos, mas ainda não assumiu de forma clara a defesa do encerramento de Almaraz.
"A situação é evidentemente grave, como ficou mais uma vez demonstrado hoje com a explosão na central de Flamanville, em França. Se um acidente deste tipo ocorrer em Almaraz o sistema alternativo de arrefecimento não dá garantias de resposta", afirma o deputado.