A espécie de resposta a Manuela Ferreira Leite – que há uma semana criticou o PSD por não ter uma posição definida sobre a eutanásia – chegou ontem: os deputados terão liberdade de voto mas o partido vai assumir uma posição, garantiu Pedro Passos Coelho.
Passos, que abriu ontem o colóquio organizado pelo PSD sobre as questões éticas, jurídicas e médicas associadas à eutanásia, centrou o discurso no debate de esclarecimento que diz ser necessário não só para os deputados como para toda a sociedade.
Este é um “tema que não pode ser abordado de forma ligeira, superficial, ocasional (…). Este debate exige ponderação, profundidade e escrúpulo”, disse o líder do PSD, avisando que é preciso “afastar as visões mais demagógicas e precipitadas”.
O líder da oposição diz que esta matéria é difícil mas que isso não implica que não seja tomada uma posição o mais esclarecida possível sobre o tema. “No final [da discussão], em consciência, não podemos deixar de nos incomodar e tomar posição, não podemos deixar andar, não podemos não decidir para ser simpáticos e não incomodar”.
Quanto à sua opinião sobre a matéria, Passos assumiu que já pensou na questão, mas vai guardar as suas convicções para o final do debate sobre a matéria.
“Há muito tempo que venho fazendo uma reflexão pessoal sobre esta matéria. E sempre desejei no meu íntimo que não tivéssemos que nos confrontar com estas decisões. Mas estou preparado para poder decidir de acordo com a reflexão ponderada que fiz”, disse o líder da oposição. No entanto, Passos Coelho também explicou que, nos próximos tempos, continuará a ouvir a “participação” de todos aqueles que tiverem uma posição fundamentada sobre o assunto. Mariana Madrinha