O eurodeputado socialista Francisco Assis defende que o governo deveria ter tido mais cuidado na forma como geriu o processo da Caixa Geral de Depósitos, mas não vê razões para que o ministro das Finanças “seja demitido ou tenha que se demitir”.
Assis, em declarações à Renascença, considera que “estamos perante uma situação em que, muito provavelmente, ninguém está verdadeiramente a mentir”, mas “nestas coisas deveria haver mais cuidado”.
“Houve um esforço para se chegar a uma solução que merecesse a concordância de quem ia dirigir a Caixa e entendia que, para constituir uma determinada equipa, tinha que ter determinadas condições. Se me pergunta se isto é o mais adequado, com certeza que não é”, acrescentou.
O socialista admite que a forma como este processo foi conduzido pelo ministério das Finanças “pode, até, decorrer de alguma ingenuidade” e de “alguma inexperiência”. Assis defende, porém, que não existiu “em algum momento qualquer tipo de atitude que pusesse em causa o interesse público”.
Mário Centeno voltou a ser chamado à comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa pelo PSD. Luís Montenegro afirmou que o ministro “mentiu em relação à demissão do anterior presidente da Caixa”.
O CDS também quer ouvir o responsável pelas Finanças. João Almeida defendeu que existe uma “quebra de verdade”, porque Centeno disse à comissão de inquérito que “inexistiam documentos que existem” e que já são conhecidos do parlamento.