As ações do BCP estiveram, esta semana, sob forte pressão já que foram admitidos novos títulos em bolsa em resultado do aumento de capital no valor de 1,3 mil milhões de euros. Um comportamento que o CFO do banco, Miguel Bragança, justifica com a tomada de mais-valias por parte de investidores que subscreveram ações por valores mais baixos.
Menos otimista está o analista Tiago da Costa Cardoso ao admitir ao SOL_que «desde há muito tempo que vejo a negociação das ações do BCP com grande apreensão. Os resultados do banco não só nunca foram animadores, como as perspetivas futuras também não trazem grandes melhorias. Tendo em conta a atual conjuntura, é provável que os preços se mantenham nestes níveis ou abaixo», alerta o gestor da XTB.
A instituição financeira cumpriu, na passada quinta-feira, um dos objetivos do aumento de capital concluído no início deste mês: já pagou ao Estado os 700 milhões de euros que devia dos chamados CoCos – dívida que pode ser transformada em ações em determinadas circunstâncias – subscritos pelo Estado em 2012.
Ainda assim, Tiago da Costa Cardoso lembra que «a operação já era perspetivada pelo mercado, razão pela qual o pagamento ao Estado não causou nem instabilidade, nem estabilidade na apreciação da instituição financeira».
O banco concluiu na semana passada o aumento de capital de 1,3 mil milhões, que foi totalmente subscrito. O grupo chinês Fosun reforçou a sua posição para 23,92%, ainda assim abaixo dos 30% a que poderia chegar. Já a petrolífera angolana Sonangol, segundo maior acionista, reforçou de 14,87% para 15,24%.