O pavilhão que viajou de Portugal ao Brasil assentou de vez em Lisboa. E reabriu hoje [Fotogaleria]

Em jeito de celebração do 70º aniversário de Carlos Lopes, o pavilhão com o seu nome reabriu hoje depois de 14 anos fechado. O primeiro-ministro, António Costa, marcou presença na cerimónia, assim como o campeão olímpico.

Criado em 1921, o Pavilhão Carlos Lopes, conhecido como “Palácio Andante”, começou por ser o Pavilhão de Portugal na Exposição Internacional do Rio de Janeiro organizada em 1922. No início dos anos 30 foi reconstruído no local onde se encontra, precedendo a construção do Parque Eduardo VII.

Já em 1932 foi reinaugurado por ocasião da Exposição Industrial Portuguesa, destinando-se a acolher eventos de promoção de atividades económicas. Este pavilhão foi também palco do campeonato mundial de Hóquei em Patins de 1947, onde Portugal saiu vencedor da competição.

Nos anos 80 serviu então de homenagem ao ex-atleta e campeão olímpico Carlos Lopes, “outro corredor de grandes distâncias”.

Na presença de diversas figuras do desporto nacional e individualidades de todos os quadrantes políticos foi hoje reaberto o Pavilhão Carlos Lopes. Fechado há 14 anos por falta de segurança foi deixado assim até 2015, ano em que a Câmara Municipal de Lisboa, em parceria com a Associação Turismo de Lisboa, começou as obras de reabilitação que terminaram há poucos dias. Com um investimento inicial de oito milhões e meio de euros a obra viria a custar menos meio milhão do que o calculado.

A cerimónia iniciou-se com o habitual descerrar da placa. De um lado António Costa do outro Fernando Medina e Carlos Lopes. O primeiro-ministro e o presidente da Câmara, conduzidos por Carlos Lopes, procederam então a uma visita ao recém-reconstruído pavilhão e à exposição permanente sobre o ex-atleta. As centenas de troféus de uma carreira de 18 anos no Sporting e até os ténis com que venceu o ouro olímpico em Los Angeles, em 1984, estão presentes nesta exposição que pode ser visitada pelo público a partir deste sábado.

António Costa, fez questão de agradecer “em primeiro lugar à Associação de Turismo de Lisboa e à Câmara Municipal de Lisboa por devolverem à cidade, devolverem aos lisboetas, devolverem ao país este equipamento que faz parte da memória coletiva da generalidade das pessoas da cidade.” O primeiro-ministro quis também agradecer à principal figura do dia “o segundo agradecimento é ao Carlos Lopes porque provavelmente sem a força do seu nome este pavilhão não estava agora devolvido à cidade e ao país”.

Costa aproveitou ainda a ocasião para tecer largos elogios a Fernando Medina “depois de mim, vem quem melhor fará. E é o caso. Senhor presidente da câmara, fez melhor, parabéns”.

O presidente da Câmara de Lisboa, usando da palavra, referiu que este era “indiscutivelmente um dia especial” acrescentado que o pavilhão está reconstruído para servir o futuro da cidade.

No seu discurso, o ex-atleta Carlos Lopes afirmou que era uma “enorme satisfação ver esta cara lavada ao fim de 70 anos”. Lopes não esqueceu “os arquitetos, engenheiros e todos os trabalhadores” que estiveram envolvidos nesta requalificação.

No fim da cerimónia a chave do pavilhão foi entregue a Carlos Lopes pelas mãos de António Costa e Fernando Medina.

Como manda a tradição, em dia de aniversário, os dois subiram ao palco para cantar os parabéns a Carlos Lopes.