O governo angolano mostrou-se bastante insatisfeito com a divulgação das acusações do Ministério Público ao seu vice-presidente, Manuel Vicente, junto da comunicação social portuguesa.
Segundo a agência Lusa, a reação do executivo de Angola surge numa nota divulgada, esta sexta-feira, pelo ministério das Relações Exteriores do país, na qual rotula todo o processo como uma missão levada a cabo por “forças interessadas em perturbar ou mesmo destruir as relações amistosas existentes” entre Portugal e Angola.
No mesmo documento, o governo refere ainda que a atuação das autoridades portuguesas foi “despropositada”, “inamistosa” e põe em evidência uma situação de criação de “pseudo-factos, prejudiciais aos verdadeiros interesses dos dois países, que atingem a soberania de Angola ou das altas entidades do país, por calúnia ou difamação”.
De acordo com a acusação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), a que o SOL teve acesso, e que também envolve o ex-procurador Orlando Figueira, Manuel Vicente é acusado pelos crimes de corrupção ativa, branqueamento e falsificação de documentos.
O governo angolano rejeita os “supostos factos criminais imputados ao senhor engenheiro Manuel Vicente” e apela à concentração de Angola e Portugal na criação de “sinergias e premissas para o aprofundamento da cooperação económica, cultural, política, diplomática e social, como meio de satisfação dos interesses fundamentais dos seus povos”.
Recorde-se que desde que foi divulgada a acusação, o Banco de Angola não disponibilizou a lista de remessas de dólares para pagar aos expatriados.