A nova diretora europeia do fundo das Nações Unidas para a população é portuguesa. Chama-se Mónica Ferro, é professora universitária e foi deputada à Assembleia da República.
Ao que o i apurou, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, ficou satisfeito assim que tomou conhecimento da conquista da sua compatriota.
Ferro foi selecionada através de um concurso internacional com mais de cem concorrentes e prestou provas ao longo de vários meses para o cargo que desempenhará em Genebra, Suíça. Portugal será um dos países dentro da sua tutela como responsável máxima pela representação regional do referido fundo da ONU.
Hoje com 44 anos, a portuguesa é professora de Relações Internacionais na Universidade de Lisboa. Antes foi vice-presidente do grupo parlamentar do PSD até 2011, com a coordenação, precisamente, para os assuntos de população.
Reconhecimento O Ministério dos Negócios Estrangeiros português, liderado por Augusto Santos Silva, lançou um comunicado em que considera a seleção como um “justo reconhecimento de um relevante percurso” na área da população, em que a académica já havia desenvolvido trabalho enquanto parlamentar. O Palácio das Necessidades descreve-a mesmo como “altamente qualificada e experiente”.
Ontem, a Presidência da República também emitiu uma nota assinada por Marcelo Rebelo de Sousa. “Mónica Ferro foi escolhida pelas Nações Unidas na sequência de concurso internacional, constituindo mais um reconhecimento das suas grandes qualidades e competências e que as Portuguesas e os Portugueses são capazes de demonstrar”, declarava.
Ferro, estando ao leme do fundo para a população e desenvolvimento, articulará a pasta com missões diplomáticas, todas as agências das Nações Unidas e quaisquer outras organizações internacionais. O cargo, diz o MNE, é de “extrema importância”. A máxima pela qual o fundo se rege é, estatutariamente, “contribuir para um mundo onde todas as gravidezes são desejadas, todos os partos são seguros, e o potencial de todos os jovens atingido”.
No final de 2016, Patrícia Galvão Teles também havia vencido o concurso para a Comissão de Direito Internacional da Organização das Nações Unidas, juntando-se às centenas de portugueses que já fazem parte dos quadros da ONU.
Este ano, Mónica Ferro havia assinado um artigo de opinião neste jornal focado concretamente na organização internacional que integrará oficialmente a partir de abril – data do início de desempenho de funções.
“Em 2017, os desafios serão maiores do que em qualquer outro momento da história da ONU, não apenas porque os objetivos são os mais ambiciosos de sempre, mas também porque os fatores exógenos são os mais adversos de que há memória”, escreveu, no início de 2017.
Afinal, esse desafio também será dela.