Investigadores norte-americanos analisaram o desempenho de maratonistas e concluíram que os resultados parecem diminuir com a idade a um ritmo certo.
No caso dos corredores de elite, o desempenho começa a diminuir a partir dos 35 anos de idade. Demoram mais dois minutos a completar a prova a cada ano que passa, explicou o autor do estudo Gerald Zavorsky. As mulheres estão em desvantagem: o tempo aumenta 2 minutos e 30 segundos por ano a partir dos 35 anos.
Já para um corredor "amador", o corpo começa a ficar mais lento a partir dos 50 anos. A partir desta idade, tanto homens como mulheres começam a demorar mais 2 minutos e 45 segundos a cada ano que passa.
Os investigadores concluíram ainda que o auge do desempenho se atinge entre os 25 e 34 anos, pelo que a experiência e treino são trunfos a ter em conta. A idade média dos homens que vencem maratonas é de 28,3 anos. Já as mulheres têm, em média, 30,8 anos.
O estudo teve por base dados das maiores maratonas dos EUA (Boston, Nova Iorque e Chicago) entre 2001 e 2016. Os corredores tinham entre 16 e 74 anos.
A equipa acredita que a diferença no “envelhecimento” entre os corredores de elite e os “amadores” está no facto de os primeiros se aperceberem do seu potencial mais cedo, começarem a treinar mais cedo e atingirem os seus recordes pessoais também mais cedo. Mais do que diferenças biológicas, mesmo entre homens e mulheres, também pesa a condição psicológica de pensar que se pode ir mais longe.
Carlos Lopes e Rosa Mota foram os nossos campeões olímpicos em maratonas. O primeiro parece fugir a esta regra, já Rosa Mota vai ao encontro dos resultados do estudo.
Carlos Lopes tinha 37 anos quando arrecadou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Los Angeles, em 1984. E atingiu o seu recorde pessoal na maratona de Roterdão, um ano mais tarde, com um tempo de duas horas, sete minutos e 12 segundos. Rosa Mota conseguiu o ouro em Seul em 1988, tinha 30 anos. O seu recorde pessoal foi atingido três anos antes, na maratona de Chicago, com 2:23:29.