«O Clube dos Pensadores permite que flua o livre intercâmbio de ideias, por muito antagónicas e irreconciliáveis que pareçam. O direito de exprimir e divulgar livremente o nosso pensamento pela palavra é inalienável e inegociável», diz Joaquim Jorge, lembrando que já por várias vezes os seus convidados se viram confrontados com situações tensas.
Uma delas aconteceu em dezembro de 2014, quando Jerónimo de Sousa foi ao Clube dos Pensadores. Momentos antes de o secretário-geral do PCP falar, o Clube recebeu uma ameaça de bomba.
A sala foi evacuada e a ameaça revelou-se um falso alarme. Jerónimo de Sousa pôde falar e a sessão correu sem mais sobressaltos.
Esse foi apenas um dos episódios vividos no Clube dos Pensadores que fará 11 anos este ano. Mas houve outras situações de tensão. «Isso aconteceu com Miguel Relvas em que houve uma manifestação para impedir uma reunião. Esse acontecimento foi muito mediatizado em que se ouviu cantar "Grândola Vila Morena" por manifestantes», recorda Joaquim Jorge, que também viu a sala do seu Clube invadida por um grupo de manifestantes anti-troika quando a então ministra Paula Teixeira da Cruz se preparava para falar.
Em ambos os casos, as sessões acabaram por acontecer, apesar dos protestos.
«A liberdade de expressão não pode impedir outros de se exprimirem e tornar-se uma agressão a outros valores. A liberdade de expressão não se impõe silenciando os outros. Procurar silenciar alguém com quem não se concorda e concomitantemente impedir um grupo de cidadãos de ouvir alguém que não gostamos ou detestamos», comenta Joaquim Jorge, que está agora à espera que Jaime Nogueira Pinto responda ao seu convite.