Jeroen Dijsselbloem não recua nas declarações que fez esta semana numa entrevista ao jornal alemão “Frankfurter Allgemeine Zeitung”. Nesta entrevista, Dijsselbloem garante que, como social-democrata, atribui à solidariedade uma importância extraordinária, mas sublinha que quem pede ajuda também tem responsabilidades. “Não se pode gastar o dinheiro em copos e mulheres e logo depois pedir ajuda”.
Questionado esta manhã no Parlamento Europeu, Dijsselbloem recusou por três vezes pedir desculpa.
O confronto foi protagonizado pelo eurodeputado catalão Ernest Urtasun. “A sua frase foi muito infeliz e criou um certo escândalo em alguns Estados Membros (…) Pode parecer divertido mas não creio que seja. Queria saber se esta é a sua declaração enquanto candidato a continuar à frente do Eurogrupo”, perguntou Urtasun. “A minha frase queria deixar absolutamente claro aquilo que a solidariedade significa para mim. Sou social-democrata e valorizo muito o princípio de solidariedade na Europa, mas deve ser sempre acompanhada de compromissos e esforços para que um país reforce a sua posição. Deve haver responsabilidade com as metas fiscais acordadas, fazer reformas para ser o mais forte possível. Se tudo isto está presente, a solidariedade é desejável e deveria estar disponível. Esta foi a opinião que expressei na entrevista”, respondeu Jeroen Dijsselbloem.
Ernest Urtasun questinou Jeroen Dijsselbloem uma segunda vez sobre se pedia desculpa pelas palavras usadas. “Não, certamente que não. Não foi o que disse”, respondeu o presidente do Eugrupo, considerando impressionante a repercussão mediática das palavras na imprensa espanhola e questionando qual a razão para tal.
À terceira interpelação, Urtasun leu o excerto da entrevista. Dijsselbloem, “furioso”, segundo o relato do “El Mundo”, respondeu: “não tem de ler-me a minha declaração, saiu da minha boca. Deve entender-se se queremos ajuda poltica em qualquer sociedade deve falar-se também dos compromissos e dos esforços para manter a solidariedade”.