Um bombardeamento aparentemente conduzido pela coligação que combate o Estado Islâmico atingiu na madrugada de terça-feira uma escola em que viviam dezenas de famílias desalojadas nos arredores de Raqqa, a capital do grupo na Síria. Morreram pelo menos 33 pessoas, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização que monitoriza o conflito através de uma rede de ativistas.
A coligação liderada pelos Estados Unidos não comenta para já o ataque, mas confirma, no entanto, ter conduzido vários bombardeamentos entre a noite de segunda e madrugada de terça-feira em Raqqa e arredores. No terreno, o diretor do Observatório afirmava esta quarta-feira que “ainda estão a retirar corpos dos escombros”. “Só duas pessoas foram encontradas com vida”, diz Rami Abdel Raman, citado pelo “Guardian”.
É praticamente impossível conseguir informação independente dos territórios controlados pelos jihadistas na Síria, especialmente de Raqqa e arredores, que o Estado Islâmico utiliza como base administrativa e centro de operações para conduzir atentados no estrangeiro. Mas, de acordo com um outro grupo ativista, na escola atingida residiam cerca de 50 famílias desalojadas pela guerra civil.
A coligação aérea – em que participam dezenas de países – reconheceu no início deste mês que morreram pelo menos 220 civis nos seus ataques contra o Estado Islâmico, vítimas colaterais das explosões ou erros de alvo. Os grupos ativistas dão números muito mais elevados. O Observatório afirma esta quarta-feira que, com este último ataque, morreram 116 civis só nas últimas duas semanas, vítimas de aparentes ataques da coligação.