CDS acusa maioria de esquerda de “enganar o país”

João Almeida foi às atas da Assembleia da República para preparar o debate sobre dívida pública que foi pedido no PCP. Lá, encontrou um ataque do PS à proposta comunista.

CDS acusa maioria de esquerda de “enganar o país”

"O caminho apontado pelo PCP é um caminho de irresponsabilidade que não podemos acompanhar", disse João Almeida, citando as palavras do então deputado socialista Fernando Medina em 2012.

"O tempo era, de facto diferente", sublinhou João Almeida, que acha que nessa altura "o PS assumia a sua posição" sobre a reestruturação da dívida pública pedida pelo BE e pelo PCP.

"Os senhores querem enganar o país e isso é inaceitável", frisou o deputado do CDS, que desafia os socialistas a apresentarem o seu "caminho alternativo" para o problema da dívida.

"Até hoje, com dois anos de Governo, o vosso resultado é zero", atirou o deputado centrista, que ilustra esta diferença de posição da esquerda com a emissão de obrigações perpétuas da CGD feita hoje no Luxemburgo.

João Almeida acredita que esta emissão feita num offshore seria arrasada pela esquerda se tivesse sido decidida pelo Governo PSD/CDS.

Almeida recordou que hoje a emissão foi feita a 10,75% e que esse será o juro que a CGD terá de pagar aos investidores privados que compraram as obrigações, quando na última emissão feita pelo anterior Governo os juros foram de apenas 8,5%.

"Mas agora isso não tem problema nenhum", ironizou o centrista.

O secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, frisou, contudo, que o valor que será pago pela CGD é "inferior aos 12% que o Banco Popular, que tem rating superior ao da Caixa, conseguiu".

Para Álvaro Novo, esta diferença explica-se com o facto de a CGD ter um plano de recapitalização "aprovado pela Comissão Europeia sem ser ajudas do Estado", algo que, para o governante, "gera confiança nos investidores".