De acordo com as Nações Unidas, pelo menos 600 mil civis ainda permanecem nos bairros ocidentais de Mossul – o palco da grande batalha entre os combatentes do grupo terrorista Estado Islâmico e as forças do exército do Iraque – sendo que, 400 mil estão “encurralados” na zona histórica da cidade.
Os números foram apresentados por Bruno Geddo, um representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, que, citado pela Al-Jazeera, falou numa situação de “desespero” e “penúria” e avisou que “o pior ainda está para vir”. “Os civis estão desesperados por comida. Estão em pânico”, lamentou Geddo.
No início do mês, o general Yahya Rasool, líder de uma unidade especial da polícia iraquiana, já tinha demonstrado a sua preocupação para com a situação extrema vivida pelos civis que ainda estão em Mossul, particularmente devido à estratégia de combate do Daesh. “Estamos a lutar contra um inimigo irregular, que se esconde no meio dos civis e utiliza-os como táticas de combate armadilhas, explosões e bombistas suicidas”, explicava o general.
De acordo com a agência de notícias curda Rudaw, um ataque aéreo no bairro de Mosul al-Jadida, esta quinta-feira, resultou na morte de 200 pessoas, a maioria civis.
Mossul caiu para as mãos do Daesh em junho de 2014 e a operação militar de reconquista, liderada pelo exército iraquiano, apoiada por combatentes peshmerga curdos, milícias xiitas, tribos árabes sunitas, e amparada pela colaboração aérea e logística norte-americana, teve início em outubro do ano passado.
O desaceleramento dos avanços, no final de 2016, foi compensado com uma renovada investida militar, em fevereiro deste ano, que resultou na conquista da totalidade dos bairros situados na margem oriental do rio Tigre, que divide a cidade em dois, e no avanço pela região ocidental de Mossul.
Calcula-se que tenham escapado perto de 200 mil pessoas da segunda maior cidade iraquiana, desde o início meados de fevereiro.