Metro de Lisboa. Próxima e última paragem: Reboleira… ou será Pontinha?

Alterações na Linha Azul arrancam hoje. Ontem terminaram os passes combinados Metro/Carris/Rodoviária

Quem costuma usar a linha de metro que une Santa Apolónia à Reboleira, tem de começar a olhar com mais atenção para os quadros informativos que estão colocados nas plataformas. Isto porque, a partir de hoje, a linha azul do Metropolitano de Lisboa vai ter percursos alternados para a Pontinha e para a Reboleira.

“A partir da próxima segunda-feira, 27 de março, e até 16 de julho, das 7h30 às 10h00, os comboios na linha azul circularão alternadamente entre Santa Apolónia-Pontinha e Santa Apolónia-Reboleira”, lê-se num comunicado enviado às redações.

Assim, a circulação na linha azul vai temporariamente assumir um esquema semelhante ao que já existe na linha amarela – alguns comboios vão até Odivelas (última estação), enquanto outros têm como destino o Campo Grande.

O Metro justifica esta alteração com o facto de existir a necessidade de uma “recuperação progressiva dos níveis de eficiência e da qualidade” do serviço, tendo em conta o plano de recuperação da manutenção da frota.

“O Metropolitano de Lisboa reitera o seu empenho na prossecução das medidas necessárias que garantam a sustentabilidade e o aumento da qualidade do serviço que diariamente presta aos seus clientes e prosseguirá o seu propósito de servir, cada vez melhor, as necessidades da mobilidade em Lisboa”, explica a empresa.

Alterações nos percursos

O ministro de Ambiente fez questão de referir o investimento que tem sido feito por este governo nas linhas de metro, dando o exemplo da construção da estação de Modivas, no Metro do Porto.

“Com os 500 milhões de euros que constam do Plano Nacional de Reformas e do que virá a ser a reprogramação do POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), a opção foi a de concretizar linhas completas no Porto e Lisboa, e não acrescentar estações avulso nas ‘pontas’ da rede”, explicou o ministro.

Esta é a justificação usada para realizar outra alteração: prolongar a linha amarela entre o Rato e o Cais do Sodré. Matos Fernandes revelou ainda que a verba disponível irá permitir a construção subterrânea da estação do Rato até Campo de Ourique, permitindo transpor a colina das Amoreiras.

Mas existem outras propostas de alteração: o vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, Manuel Salgado, defendeu na semana passada o prolongamento da linha vermelha do Metro de Lisboa, criando uma ligação entre a estação do Aeroporto Humberto Delgado e a estação do Campo Grande. A questão foi levantada após um debate dedicado à solução de um aeroporto complementar no Montijo.

Passes vão ficar mais caros

As alterações não se resumem a melhorias nas estações e nas frotas: os passes combinados da Carris, Metropolitano de Lisboa (ML) e Rodoviária de Lisboa (RL) deixaram ontem de ser vendidos, revelou o Jornal Económico.

“Devido à denúncia unilateral da Rodoviária de Lisboa, no final do mês de março, deixarão de ser vendidos os seguintes passes combinados: Carris/ML/RL1 – 45,45 euros, Carris/ML/RL2 – 55,65 euros e Carris/ML/RL3 – 63,55 euros”, lê-se num comunicado enviado às redações. Apesar da venda deste título ter terminado ontem, os utentes que o possuam podem utilizá-lo até ao final do mês.

O site da RL revela quais os títulos agora disponíveis: passe combinado ML/RL, passe combinado Carris/RL ou passe intermodal (L1, L12, L123). A diferença entre estes últimos e os combinados é o facto de este título incluir outros meios de transporte para além daqueles que anteriormente eram oferecidos.

Os preços vão variar no combinado Metro/RL e Carris/RL entre os 45,10 euros (coroa 1) e 59 euros (coroa 123), enquanto o intermodal irá variar entre os 50,05 euros (coroa 1) e os 68,70 (coroa 123), valores que não convencem os passageiros: “Estes passes vão ficar muito mais caros. Vou passar a pagar por um serviço que não vou usar, sem que me seja dada oportunidade de escolha. Para algumas pessoas, a Rodoviária de Lisboa é a única alternativa. Ou seja, vamos ter de pagar o que é pedido, mesmo que implique um pagamento de serviços que não vão ser usados”, disse um dos utentes ao i.

Segundo a RL, a empresa transporta 200 mil passageiros por dia, servindo as zonas de de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira.