Tremor. De catástrofe não há nada aqui

O Tremor são cinco dias, resta saber se as forças chegam até ao último. Mas melhor que sim, que é aí que Yves Tumor vem juntar-se ao novo sangue micaelense e ao redescoberto hip hop açoriano

Grouper 

Liz Harris foi gravar o seu último disco a Aljezur, no Alentejo, numa residência artística comissariada pela Galeria Zé dos Bois. “Ruins” acabou considerado melhor álbum do ano pelo “New York Times” e pela “Pitchfork” e, pressões à parte, bom era mesmo que voltasse a acontecer assim no Tremor, onde a artista está em residência.   

AZ-RAP Filhos do Vento

#hiphopaçoriano foi a descoberta da edição passada do Tremor, com palco especial, com hashtag, com tudo. Este ano não há palco mas foi deles – de Swift Triigga e Fred Cabral – a Tremor Tour pelo Continente e pela Terceira e há de ser de todo o hip hop açoriano a abertura do festival, com a estreia do documentário da RedBull “AZ-RAP Filhos do Vento”.

Jacco Gardner

Não será bem um Tremor na Estufa esta experiência pela qual nos há de guiar o compositor holandês Jacco Gardner, em residência no Tremor. Dois percursos pedestres que para os menos dados a caminhadas fica a promessa de que são dos fáceis, serão acompanhados de banda sonora, para que tudo culmine numa “experiência ao vivo”

Yves Tumor

“Serpent Music” para a espécie de alucinação da pop “doente de uns brilhos de malícia electrónica pura” que é o som de Yves Tumor, que há de ter a sua estreia nacional no Lux, em Lisboa, a propósito da bienal de artes contemporâneas BoCA, para depois seguir para a ilha onde Lisboa inteira devia estar para aquele que será certamente um dos concertos desta edição do Tremor. 

Tremores na Estufa

Seja uma plantação de ananases, ou uma penthouse ou um concerto dentro de água – que, a propósito, já sabemos que vai haver – os Tremores na Estufa fizeram-se instituição. Um autocarro que não se sabe para onde vai nem para ver o quê e é tudo. Este ano há quatro, dois em simultâneo para destino A e destino B e o resto é confiar que nos decidimos pelo certo. 

The Quiet Bottom

Só no mundo perfeito tudo seria possível. Neste em que temos que viver há mesmo que escolher entre The Quiet Bottom e Silicon Seeds, as duas bandas açorianas que têm a sua estreia absoluta nesta quarta edição do Tremor e que atuam quase em simultâneo no sábado à tarde. Mas de Açores há mais e há diferente. Prova são os Morbid Death, desse metal à antiga.

Pauliana Valente Pimentel

Depois de “Jovens de Atenas”(2012), “The Passenger”(2014), “Behaviour of Being” (2105) e “Quel Pedra”(2016), a fotógrafa Pauliana Valente Pimentel chega a São Miguel à procura da juventude neste contexto insular. Primeira fase de um projeto que há de estar completo só em 2018, numa parceria entre o Tremor e o Walk&Talk. 

Bonga

Diz António Pedro Lopes que a piada que se faz é o miúdo do liceu a torcer o nariz a um festival tão eclético que torna possível um econtro com a mãe. Nada quem um bom plano não salve e talvez o melhor truque seja mesmo evitar os concertos problemáticos. Bonga, por exemplo, é à meia-noite de sábado no Coliseu Micaelense, no centro de Ponta Delgada.