O presidente da concelhia de Lisboa do PSD, Mauro Xavier, não gostou do que leu sobre si, ainda por cima vindo da boca do companheiro de partido e coordenador autárquico dos sociais-democratas, Carlos Carreiras, e exigiu um pedido de desculpas.
Carreiras, ouvido pelo i, escusou-se a avançar com qualquer comentário sobre o assunto para “não alimentar polémicas mediáticas”. Na entrevista ao semanário “SOL” deste fim de semana, disse não reconhecer “credibilidade ao líder do PSD/Lisboa”.
Ou seja, o coordenador autárquico do PSD vai deixar Mauro Xavier sem resposta.
Este, numa reação à entrevista, tinha escrito na sua página na rede social Facebook: “Primeiro pensei que a capa do semanário ‘SOL’ estava relacionada com o dia das mentiras. Após ler a entrevista, retiro apenas a seguinte frase: ‘Todos nós temos direito a respostas menos felizes e aquela foi uma delas. Não era o que queria transmitir.’”
Para logo concluir: “Infelizmente, Carlos Carreiras tem tido bastantes momentos assim. Fico a aguardar pedido de desculpas. Em política sempre aprendi que nos devemos bater por ideias. Quando criticam as minhas, respeito. A ataques pessoais, não respondo.”
Mauro Xavier é tido como próximo do antigo homem forte do aparelho do PSD, Miguel Relvas, enquanto Carreiras é da confiança de Passos Coelho. Questionado pelo i, Xavier, que apostou numa candidatura de Pedro Santana Lopes a Lisboa e viu o partido – Pedro Passos Coelho – impor o nome da sua vice-presidente Teresa Leal Coelho, foi muito lacónico: “Não tenho nada a acrescentar ao que escrevi. Quem não se sente não é filho de boa gente. Temos é de estar unidos e andar para a frente.”
Já o vice-presidente da concelhia Rodrigo Gonçalves veio igualmente falar “de unidade do partido” nas eleições para Lisboa, temendo que “um PSD dividido corra o risco de perder tudo”.
“O PSD tem cinco juntas de freguesia conquistadas em coligação, em 24. Se aparecer dividido, pode ser catastrófico. Pode desaparecer. Como militante e vice da concelhia compete-me, tal como a todos os outros militantes do partido, unir, e não dividir”, disse ao i. E prosseguiu: “Quando soubemos fazer unidade, como em 2001, com Pedro Santana Lopes, o PSD ganhou, mesmo com Paulo Portas a correr pelo CDS.”
Quem também deixou uma breve mensagem de apoio à posição do líder da concelhia foi Pedro Duarte, diretor da campanha de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência da República e ex-líder da JSD: “Bem, Mauro”, escreveu na sua página do Facebook.
Teresa Leal Coelho com “postura muito fechada” Entretanto, fonte da concelhia de Lisboa disse ao i que a candidatura de Teresa Leal Coelho tem estado com “uma postura muito fechada, sectária até, sem recorrer ao diálogo com as estruturas locais”. Enalteceu, contudo, a posição assumida por Carreiras quando este reforçou que compete às estruturas locais a elaboração das listas, nomeadamente às concelhias, ao abrigo dos estatutos. “O partido é dos militantes, não deste ou daquele dirigente ou presidente”, concluiu a fonte.
Ângelo Pereira em Oeiras à espera de Isaltino? As autárquicas, que vão realizar-se a 1 de outubro, têm dado algumas dores de cabeça ao PSD, sobretudo na região de Lisboa. Está ainda por fechar o candidato a Odivelas.
Em Oeiras, o cenário ficou aparentemente desbloqueado. A concelhia apoiava uma candidatura do seu presidente, Ângelo Pereira, mas a coordenação autárquica ainda terá tentado “negociar” um apoio a Paulo Vistas, antigo braço direito de Isaltino e atual presidente da câmara, que se recandidata como independente. Todavia, vários estudos de opinião têm dado a Ângelo Pereira um score que o coloca à frente de Vistas, fator que, segundo fonte do partido, terá dado em definitivo ao presidente da concelhia o impulso que faltava para recolher o apoio da coordenação autárquica como candidato do PSD em Oeiras. Agora só parece faltar Isaltino Morais. O tabu será quebrado esta semana.