Portugal já reagiu a ataque dos EUA

Santos Silva compreende ataque norte-americano mas defende posições da ONU e da UE

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, afirmou que compreende as razões que levaram ao ataque dos EUA, que lançaram 60 mísseis contra alvos militares na Síria, esta madrugada.

“Portugal compreende as posições dos seus aliados que são posições que procuram medidas de retaliação a crimes de guerra", disse o chefe da diplomacia portuguesa. “A comunidade internacional tem o direito de retaliar perante aqueles que usam armas de guerra que são ilegais como são as armas químicas”, acrescentou.

Por outro lado, Santos Silva recordou que é necessário que a ONU e a União Europeia tenham posições precisas e unidas. "Aguardamos ainda informação por parte das autoridades norte-americanas e aguardamos ainda as discussões no seio do Conselho de Segurança (ONU) e estamos ainda em consulta no quadro dos nossos aliados europeus para que possa haver uma posição unida e uma reação da Europa. Estamos ainda nesse processo de consulta", referiu o ministro, à margem de um seminário sobre Assistência Humanitária e Proteção de Civis que decorre no Palácio das Necessidades, em Lisboa.

Santos Silva adiantou que as informações que Wahshington tem estado a passar aos seus aliados apontam para ter sido a Força Aérea síria a lançar, a partir da base militar bombardeada durante esta madrugada, o ataque químico de terça-feira que matou, pelo menos, 86 pessoas e feriu outras 100.

“Gostaríamos que o Conselho de Segurança das Nações Unidas pudesse verificar ele próprio quem usou essas armas e pudesse tomar em nome da comunidade internacional uma decisão sobre a reação legítima e forte que esse ataque merece”, sublinhou.

O ministro lembrou ainda que Portugal foi um dos países que “condenou energicamente” o ataque na província de Idlib.