"Até onde está o Governo disponível para encontrar uma solução mais justa?", quis saber Jerónimo de Sousa, no debate quinzenal que António Costa quis trazer as políticas sociais para o centro da discussão.
"Tem grande atualidade ter trazido a debate as questões sociais. Há um mar de problemas que precisam de resposta", afirmou o líder do PCP, lembrando "o enorme retrocesso no domínio das relações laborais na última década e meia", que se fez sentir "também nas prestações sociais".
Jerónimo citou mesmo o relatório global da OIT que diz que "Portugal é dos países onde o peso dos salários na economia mais diminuiu".
Razões suficientes para o PCP anunciar que se vai continuar a bater pela contratação coletiva e pelos aumentos salariais, mas também pelo "direito à reforma sem penalização com 40 anos de descontos".
"A proposta do Governo [sobre as carreiras contributivas mais longas] defrauda a generalidade dos trabalhadores", considera o secretário-geral comunista, que ouviu do primeiro-ministro a disponibilidade para continuar a negociar.
"Não é uma proposta fechada", vincou António Costa, que diz que o Governo quer "assegurar a maior justiça possível", mas assegurar também ao mesmo tempo a sustentabilidade ao sistema de Segurança Social, tentando compatibilizar as duas.